
Serviço de fotografia da AIM. Esta é uma imagem disponibilizada pelo serviço de fotografia da Agência de Informação de Moçambique. Maputo, Moçambique, 2022.
Maputo, 18 Mai (AIM) – A Câmara de Comércio de Moçambique (CCM) manifesta a sua preocupação com o número crescente de crimes de corrupção, sobretudo no seio da classe empresarial, devido à impunidade dos seus actores.
Segundo a secretária-geral da CCM, Teresa Muenda, urge uma maior consciencialização sobre os efeitos negativos no ambiente de negócios e das barreiras que representa para a promoção de investimentos no país.
“Embora tenha-se tornado em um tema dominador da política contemporânea de muitos países, incluindo Moçambique, a corrupção tende a prosperar devido a cultura de impunidade”, disse Muenda, hoje, em Maputo, na sessão de abertura de um workshop sobre combate a corrupção.
O evento tinha por objectivo moralizar o sector empresarial e advertir sobre os efeitos perversos da corrupção no sector empresarial e na economia do país.
Muenda denunciou o carácter menos inclusivo que se faz do próprio conceito de corrupção, afirmando que beneficia uma parte dos actores, mas apenas um pequeno grupo é penalizado.
“Algumas definições negligenciam os actores não-estatais que, geralmente, estão envolvidos em tais trocas corruptas. Por exemplo, um empresário corrupto que tenta influenciar um formulador de políticas públicas através de suborno é deixado de lado, pois ele é reduzido a um papel meramente passivo”, disse.
Por seu turno, o Economista, Thomás Selemane, declarou que os escândalos de corrupção relacionados com o Caso Dívidas Ocultas, Linhas Aéreas de Moçambique entre outros, pressionaram os sectores sociais nos últimos anos.
“Os sectores que perderam a capacidade de prestação de serviços são a educação, saúde, abastecimento de água e protecção social. Os que mais constituíram foco de actos corruptos foram as alfândegas, o caso das três empresas das dívidas ocultas e a construção civil”, afirmou.
Segundo o economista, a detenção de altas figuras políticas, em conexão com o seu envolvimento em crimes de corrupção, pode significar, por um lado, a força do sistema no combate a este mal, por outro lado, podem ser sinais de que a corrupção tem o seu ponto de partida no topo da hierarquia governativa do país.
Já o director do Gabinete Central de Combate a Corrupção (GCCC) na província de Maputo, Miguel Cândido, que participou do evento, concorda que os casos envolvendo o sector empresarial tendem a aumentar e estão relacionadas à contratação pública.
“Ao longo das nossas actividades temos registado casos de corrupção envolvendo empresários, principalmente quando se trata de contratação pública”, disse a fonte.
(AIM)
Paulo Cossa (PDC) /sg
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