A Electricidade de Moçambique (EDM), empresa pública, perdeu cerca de 250 mil dólares durante o primeiro trimestre do ano em curso, devido a vandalização de suas infra-estruturas em todo o país.
Os materiais eléctricos furtados se destinam ao negócio de venda de sucata à indústria artesanal de fabrico de utensílios domésticos, grades, armadilhas, carroças, e outros fins.
O facto foi anunciado esta segunda-feira (06), em Maputo, pelo administrador para a Área Comercial, Distribuição e Informática na EDM, Francisco Inroga, durante uma reunião com empresas e instituições públicas e privadas para reflectirem em torno do problema da vandalização de infra-estruturas de utilidade pública.
Segundo a provedora de electricidade, o valor perdido durante o período em destaque serviria para fornecer electricidade a um total de 50 mil pessoas na região sul do país, onde se regista maior número de casos.
″Em 2021, perdemos cerca de 16 milhões de dólares efeito de actos de vandalização e só no primeiro trimestre deste ano perdemos cerca de 250 mil dólares. Com o valor perdido no ano passado, dos cálculos feitos, poderíamos ter alimentado a mais de 190 mil famílias. E com o valor perdido no primeiro trimestre serviria para pelo menos 50 mil pessoas na zona sul que tem sido a mais afectada por actos de vandalização″, explicou.
Inroga revelou que em conexão com os crimes de 2021 a esta parte foram detidas 95 pessoas, sendo 86 durante o ano passado e nove este ano.
“De 2021 a esta parte temos 95 pessoas detidas em conexão com estes actos que tem como objectivo extrair um material muito apetecível no mercado que é o cobre. Grande parte da nossa infra-estrutura eléctrica como cabos, transformadores, condutores são feitos de cobre”, disse.
Assegurou que o cobre vai para o mercado sul-africano “daí ser importante quebrarmos esses circuitos de comercialização desde as pessoas que vandalizam até as que recebem”.
Por isso disse ser importante “trabalharmos com as autoridades policiais, alfandegárias e outros intervenientes″
Por conseguinte, para responder à esta situação, a EDM, através de parcerias público-privadas, tem procurado soluções e alternativas adequadas para a prevenção e combate a estes actos e é neste contexto que realizou a reunião sobre a vandalização de infra-estruturas públicas.
Presente na ocasião, o director de logística e serviços gerais na empresa de telefonia móvel Tmcel, António Faria, disse que a instituição que dirige perdeu nos últimos três anos por actos de vandalização de material eléctrico um valor estimado em um milhão de dólares.
″O valor perdido devido a vandalização de infra-estruturas eléctricas é de cerca de um milhão de dólares se formos a fazer alguns cálculos de 2019 a esta parte″, revelou.
Já o director interino das Operações na Vodacom Moçambique, Mateus Moiane, acrescentou que a sua instituição vem registando o fenómeno de roubo de material desde o ano de 2015.
″Das contas que temos estado a fazer o prejuízo ronda cerca de 207 milhões de meticais desde o ano de 2015, valor este que seria suficiente para construirmos cerca de 35 antenas. Esse fenómeno acontece em quase todas as zonas do país mas com mais intensidade na cidade e província de Maputo, Inhambane, Tete e Nampula″, explicou.