Moçambique foi eleito membro não-permanente do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas (ONU), algo que acontece pela primeira vez na sua história como país soberano e independente.
O acto teve lugar ontem durante a 77ª sessão da assembleia-geral das Nações Unidas na cidade norte-americana de Nova Iorque.
Para o efeito, Moçambique recebeu 192 votos, praticamente 100 porcento dos depositados por igual número de países com direito de votar. O país precisava apenas de superar a barreira de dois terços para garantir a sua eleição.
A vitória de Moçambique é fruto de uma campanha diplomática que iniciou em Setembro de 2021.
Foi uma campanha que, nos últimos dias, contou com o apoio do enviado especial da candidatura de Moçambique a membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU, o antigo ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Leonardo Simão.
A campanha de Moçambique ganhou uma maior dinâmica nos dias que antecederam a eleição com a chegada da chefe da diplomacia moçambicana, Verónica Macamo, que, em Nova Iorque, manteve vários encontros de alto nível.
Proferindo o seu discurso à nação, em Maputo, minutos após o anúncio dos resultados, o Presidente da República, Filipe Nyusi, agradeceu a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, União Africana e todos os países que apoiaram a candidatura de Moçambique.
Advertiu que a eleição de Moçambique representa uma responsabilidade acrescida e que o futuro é de muito trabalho.
Numa entrevista recente, concedida em Nova Iorque, Verónica Macamo explicou que a candidatura de Moçambique, subordinada ao lema “Paz e Segurança Internacionais e Desenvolvimento Sustentável”, constitui a expressão do firme compromisso do Estado moçambicano com a construção e manutenção da paz e segurança internacionais, a preservação e respeito pelos direitos humanos e a promoção do desenvolvimento sustentável.
Moçambique defende o diálogo como a melhor arma para a resolução de conflitos. Aliás, teve um conflito interno durante 16 anos que acabou por terminar no diálogo.
Moçambique toma posse a 01 de Janeiro de 2023 e o seu mandato expira a 31 de Dezembro de 2024.