
Mina de carvão, província de Tete. Foto arquivo
A australiana Syrah Resources, que explora grafite em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, já reiniciou suas operações logísticas na Estrada Nacional Número 1 (EN1), após suspender a movimentação de pessoal através da rodovia devido a ataques de terroristas em Ancuabe.
Numa nota, a Syrah Resources esclarece que a suspensão de operações logísticas na estrada que liga a mina de Balama à cidade de Pemba, capital de Cabo Delgado, e ao porto de Nacala, na vizinha província de Nampula, não afectou a produção da empresa, embora destaque que se trata da sua “principal rota de transporte”.
“A mineração e processamento em Balama não foram afectados pela suspensão temporária da logística e movimentação de pessoal. A Syrah suspendeu viagens na estrada por uma semana devido a preocupações de segurança”, acrescenta a empresa, citada hoje (23) pelo “Notícias”, que frisa que alguns ataques foram registados a 200 quilómetros da sua mina.
A fonte acrescenta que a “Syrah continua a manter contacto próximo com o Governo de Moçambique, autoridades de segurança e outras partes interessadas para monitorar a segurança na região e garantir a segurança dos seus funcionários e empreiteiros”.
Os ataques começaram no dia 05 de junho e são os primeiros relatos de violência associada à insurgência terrorista no distrito de Ancuabe, a 100 quilómetros de Pemba.
A mina de Balama iniciou a produção comercial há quatro anos e foi destaque em Dezembro, quando a Syrah anunciou um acordo com multinacional de veículos eléctricos Tesla, que pretende usar grafite da mina, que é descrita como um dos maiores depósitos de grafite “de qualidade” no mundo pela própria companhia australiana.
Supõe-se que as acções em diferentes locais remotos do distrito de Ancuabe sejam desencadeadas por terroristas em fuga da ofensiva militar que está em curso desde Julho de 2021, com apoio internacional, no extremo norte de Cabo Delgado (distritos de Palma, Mocímboa da Praia e Muidumbe), na zona dos projectos de gás.