A Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou em Maputo, que são necessários 18,7 mil milhões de meticais (cerca de 292 milhões de dólares americanos), para suportar as despesas de todo o processo eleitoral, que irá culminar com as autárquicas 2023 e gerais de 2024.
O montante, segundo o presidente da CNE, Carlos Matsinhe, será aplicado na aquisição de diversos equipamentos a serem instalados nos centros de processamento de dados, devido a descontinuidade no fabrico dos servidores adquiridos em 2013 e 2014.
Consta no rol das despesas a identificação e adequação das instalações da CNE em todas províncias, aquisição de materiais para o recenseamento piloto marcado para este ano e o recenseamento eleitoral, marcado para o primeiro trimestre de 2023.
Prevê-se ainda, segundo a fonte, a instalação de gabinetes jurídicos a nível provincial, acreditação de jornalistas e observadores das organizações da sociedade civil e internacionais, aquisição de novos “Mobiles” e a manutenção de 2.900 equipamentos usados durante o escrutínio 2013 e 2014, entre outras actividades.
“Esta é a situação geral em termo de necessidades financeiras para gerirmos estas eleições, o total do ciclo eleitoral 2022 a 2025 é de 18,7 mil milhões de meticais”, disse Matsinhe, durante um encontro que contou com a presença de mais de 60 partidos políticos, entre os quais se destacam as formações com assento no parlamento a Frelimo, Renamo e MDM.
Referiu que neste montante estão previstos 3,2 mil milhões para o exercício económico de 2022, 6,7 mil milhões para o exercício económico de 2023, e 8,7 mil milhões para as eleições gerais 2024/2025.
Matsinhe assegurou que as actividades prosseguem apesar do défice financeiro, causado pela demora no desembolso por parte dos parceiros que, em parte, se deve ao impacto da pandemia da Covid-19 que assola vários países do mundo.
Outro facto, segundo a fonte, está associado com os efeitos negativos da guerra entre a Rússia/Ucrânia, que levou os principais parceiros de Moçambique a direccionarem as sua acções para financiar o conflito militar entre os dois países vizinhos.
Apesar destes constrangimento, segundo Matsinhe, tudo está ser feito de modo cumprir com o calendário estabelecido para o processo eleitoral.
No encontro, Matsinhe pediu a colaboração dos partidos políticos, sociedade civil, e outros intervenientes, para que o processo eleitoral decorra sem sobressalto.
“Contamos com a colaboração e participação de todos interessados no processo eleitoral e em todas as fases desde agora até a proclamação dos resultados”, afirmou.