Moçambique e Itália assinaram hoje, em Maputo, um acordo de princípios gerais para reforçar a cooperação bilateral, no âmbito de uma visita de Estado, de três dias, que o Chefe de Estado italiano, Sérgio Mattarela, efectua desde segunda-feira ao país.
Designado por Plano Indicativo Plurianual, o acordo cobre o período 2022- 2026, tendo como destaque o reforço da cooperação entre os dois países nos sectores da energia, agricultura, indústria e cultura.
Rubricaram o acordo a ministra moçambicana dos Negócios e Estrangeiros e Cooperação, Verónica e a vice ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da Itália, Mariana Serene, um acto testemunhado pelos Chefes de Estado de ambos os países.
Falando durante o evento, Nyusi disse que o mesmo vai impulsionar o desenvolvimento de Moçambique.
‘É um acordo que não se pode dizer que é para uma certa zona. Mas sim é para o desenvolvimento de Moçambique. E o Presidente Mattarella disse claramente que nós temos que ir para mais áreas, incluindo a cultura. Portanto, não podemos nos amarrar, por exemplo, a área de hidrocarbonetos’, explicou.
“Por isso, falamos de agricultura, indústria. Podemos também falar da pesca, energia e mais áreas. Portanto, é um acordo muito aberto e é um instrumento de trabalho que vai permitir que nós possamos cooperar país-país’, acrescentou.
Por sua vez, Mattarella revelou que o seu país considera Moçambique um parceiro amigo no âmbito político e económico. Por isso, a Itália vai continuar a promover a colaboração entre ambos os países através de assinatura de instrumentos de cooperação, à semelhança do hoje rubricado.
“Há pouco tempo assinamos uma declaração conjunta que vai vigorar nos próximos anos e essa é uma prova desse desejo que a Itália e Moçambique têm no campo de desenvolvimento de Moçambique. Para nós, este é um aspecto importante nas relações bilaterais’, salientou.
Sergio Mattarella é o primeiro Chefe de Estado italiano a efectuar uma visita de Estado a Moçambique.
A visita surge numa altura em que a petrolífera italiana Eni está prestes a iniciar a produção e exportação de gás natural na bacia do Rovuma, ao largo do distrito de Palma, província de Cabo Delgado.
A ENI é a operadora do projecto Coral Sul com uma participação de 25 por cento. Os outros parceiros são a ExxonMobil com 25 cento, CNPC (20 por cento), Empresa Nacional de Hidrocarbonetos E.P. (10 por cento), Kogas (10 por cento) e Galp Energia (10 por cento).
A visita de Mattarela acontece três anos depois de Filipe Nyusi ter visitado Itália.