Camionistas da vizinha África do Sul bloquearam, na manhã desta quarta-feira, diversas vias de acesso, incluindo a auto-estrada que liga aquele país vizinho a Moçambique, em protesto contra o aumento do preço de combustíveis.
O gerente de operações regionais da empresa Hi-Tech Security Nelspruit, Callum MacPherson, explicou a Bloomberg que a estrada N4 – que liga a África do Sul a Moçambique – ficou bloqueada por uma longa fila de caimões.
Os preços da gasolina e do gasóleo subiram consideravelmente, com um impacto muito grande no custo, apesar da redução temporária de impostos.
Na África do Sul, o combustível tem um peso de quase 5% no cabaz de preços do consumidor e o presente aumento de preços pressionará as finanças domésticas e agravará a inflação.
“A polícia em Mbombela tentou, em vão, remover os camiões, momentos depois de condutores terem estacionado os seus camiões e saído com as chaves”, disse por telefone o porta-voz provincial do Serviço da Polícia Sul-Africana (SAPS), Selvy Mohlala, acrescentando que a “polícia tentou redireccionar o trânsito para outras áreas onde ainda não há registo de protestos.”
A greve surge dois dias depois de operadores de transporte semi-colectivo de passageiros, vulgo “Chapa-100”, terem paralisado a actividade para exigir a subida das tarifas na capital moçambicana Maputo e arredores.
Em Maputo, o preço de um litro de gasóleo subiu 11,4 por cento de 78,97 para 87,97 meticais. Para a gasolina o aumento é de apenas 4,4 por cento, ou seja de 83,3 para 86,97 meticais por litro. Esta é a primeira vez que o gasóleo se tornou mais caro que a gasolina em Moçambique.
A greve terminou após o governo se ter comprometido a subsidiar o passageiro, através de um cartão eletrónico (Cartão Famba).
No entanto, os automobilistas olham para o cartão electrónico com muita desconfiança e cepticismo, pois não acreditam que o mesmo vá solucionar o problema.
“As promessas do governo não têm qualquer significado. Como funcionará este cartão num minibus?”, questionou um condutor, acrescentando “o governo quer introduzir um sistema falhado para criar mais confusão. O cartão Famba nem sequer funciona nos autocarros.”
A mais recente subida de combustíveis foi anunciada, sexta-feira última, pela Autoridade Reguladora de Energia de Moçambique (ARENE).