A Associação de Revendedores de Combustíveis de Moçambique (ARCOMOC), que inclui distribuidores, revendedores e retalhistas de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), vulgo gás de cozinha, queixa-se de perdas na ordem de 30 por cento, decorrentes das medidas adoptadas pelo Governo para conter a subida de preços de combustíveis no país.
A ARCOMOC adverte que alguns revendedores já abandonaram a actividade pelo facto de o mesmo ter-se tornado insustentável nas condições actuais, algo que, brevemente, poderá ter um impacto enorme para o cidadão.
O alerta da associação surge numa altura em que o gás de cozinha regista a maior subida, passando de 85,53 para 102,2 meticais o quilo, um incremento na ordem de 19,5 por cento. Enquanto isso, o gás veicular passou de 40,57 para 43,73 meticais, e o petróleo de iluminação passou de 71,48 meticais o litro para 75,58 meticais (um dólar equivale a cerca de 63,8 meticais).
O facto foi anunciado hoje, em Maputo, pelo presidente da ARCOMOC, Nelson Mavimbe, a saída de um encontro mantido com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que tinha por objectivo a busca de soluções para mitigar o impacto da subida de preços de combustíveis na actividade económica.
“O sector está a ser fustigado com custos operacionais e está debilitado por causa das medidas de contenção para evitar a subida de preços. A redução das margens estrangulou completamente o sector”, disse a fonte.
Explicou que os revendedores ganhavam cerca de sete meticais por quilo de gás, margem que reduziu para 4,9 meticais, uma redução de 2,1 meticais, o que representa 30 por cento sobre o lucro inicial, medida tomada pelo Governo.
Informou que, segundo a legislação vigente para o sector dos combustíveis, a revisão das margens de lucro de GPL deveria ser feita numa base anual. Infelizmente, já passam dois anos que os preços não sofrem mexidas, situação que sufoca o negócio, face ao agravamento dos custos operacionais.
Segundo a agremiação, a cadeia de distribuição, incluindo armazenistas centrais, está impossibilitada de mobilizar meios adicionais para suportar os custos operacionais, nomeadamente recursos humanos, parques de armazenamento e processo de distribuição do GPL, bem como os custos das licenças para o exercício da actividade.
“Esses custos todos a volta dos distribuidores tornam totalmente impossível o exercício da actividade. Já temos alguns armazenistas centrais que fecharam as portas”, reportou.
Por isso, a ARCOMOC entende que a nova tabela de preços apresentada pela Autoridade Reguladora de Energia (ARENE) está muito aquém das expectativas dos operadores do sector, o que constitui uma incógnita para o futuro da actividade.
Refira-se que, na altura do reajuste dos preços, a ARENE, advertiu que os preços só não eram mais altos porque o Governo e revendedores acordaram reduzir algumas margens.
(AIM)