O governo já tem disponíveis 50 milhões de dólares para manter a estabilidade da tarifa dos transportes públicos e semi-colectivos de passageiros em Moçambique.
O sector dos transportes está a ressentir-se da subida drástica do preço de combustíveis, pelo que decidiu mobilizar recursos para aliviar o sofrimento das pessoas mais vulneráveis.
O valor vai servir de almofada segura para os próximos seis meses e esperar que haja estabilidade dos preços de combustível no mercado mundial.
O facto foi anunciado pelo ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, em conferência de imprensa conjunta, com o director do Departamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) para África, Abebe Selassie, hoje, em Maputo.
Na ocasião, Tonela anunciou que o governo também conseguiu mobilizar cerca de 85 milhões de dólares para financiar as famílias moçambicanas mais desfavorecidas, sobretudo as que se encontram nas zonas periurbanas e rurais.
“Essas são algumas medidas mas continuamos a discutir para encontrar formas possíveis dentro da conjuntura nacional e dentro também dos recursos que o Estado pode trazer, tendo em conta o quadro fiscal existente”, disse.
Sobre os transportes semi-colectivos de passageiros, Tonela disse esperar que nos próximos dias as autoridades municipais e distritais acelerem o processo de atribuição de licenças aos transportadores que ainda operam sem a devida autorização, para se beneficiar dos valores a serem desembolsados pelo Executivo.
A economia do país vem sendo afectada por choques endógenos, nomeadamente, ataques terroristas na província de Cabo Delgado, mudanças climáticas, com impacto na perda de vidas humanas, destruição de bens públicos e privados, com um custo anual superior a 100 milhões de dólares.
A invasão da Rússia na Ucrânia, em Fevereiro último, constitui um dos factores exógeno que está a pressionar a subida de preços dos combustíveis a nível mundial e, consequentemente, ao país.
“A perspectiva do Estado é de encontrar soluções para mitigar esses desafios”, afirmou.
Por seu turno, Selassie disse que actualmente, o custo de vida afecta quase todos os países do mundo, mas é mais visível em países em desenvolvimento, como Moçambique, devido a sua forte dependência nas importações.
Por isso, reconhece que os “governos desses países devem tomar decisões difíceis para manter a estabilidade económica”.
Acrescentou que, actualmente o FMI presta uma assistência financeira aos governos desses países como forma de amortecer o impacto da crise mundial causada pela escassez de combustível e de alimentos.
Selassie enaltece as medidas tomadas pelo Executivo moçambicano para conter o impacto da crise, apesar das alterações climáticas, incluindo a invasão russa na Ucrânia.
“O caminho de Moçambique está muito bom”, disse, tendo apontado, como exemplo, o cumprimento das reformas recomendadas pelo FMI para a estabilidade macroeconomia do país.
Selassie encontra-se em Moçambique desde quinta-feira para uma visita de trabalho de três dias.