O Movimento Sindical exige acções concretas do governo para travar a subida do custo de vida em Moçambique, incluindo a redução de impostos, sobretudo o IVA nos produtos de 1ª necessidade e serviços básicos.
Exige ainda que o Estado assuma integralmente a sua função social, tomando medidas eficazes que estanquem a anarquia no comércio, corrupção generalizada e outros males sociais.
A adopção de políticas com potencial para incentivar o aumento da produção e produtividade dos agentes económicos e trabalhadores são outras medidas arroladas pelo movimento.
“O governo de Moçambique e os agentes económicos que ataquem com urgência o problema de fundo que é o custo de vida, tomando medidas claras e eficazes para o controlo dos preços de bens e serviços básicos, no lugar de entreter as populações com promessas’, disse esta sexta-feira, em Maputo, o porta-voz do Movimento Sindical, Alexandre Munguambe, em conferência de imprensa para apresentar o posicionamento desta agremiação sobre o elevado custo de vida no país.
Munguambe que é igualmente secretário-geral da Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM-CS) afirmou que nos últimos tempos, ocorrem no país, fenómenos extraordinários internos e externos que mexem com as condições de vida da maioria dos moçambicanos.
Apontou como exemplos o terrorismo na província de Cabo Delgado, aumento desenfreado dos preços dos combustíveis, produtos e serviços de 1ª necessidade, subida do custo de vida e desaceleração da economia.
Outras inquietações apresentadas pelo porta-voz do Movimento Sindical incluem a falta de transporte público de passageiros condigno, proliferação de portagens em estradas com condições de transitabilidade deploráveis, discriminação no acesso ao emprego na função pública, corrupção e crime generalizados na sociedade moçambicana, violação recorrente da legislação laboral vigente e precarização do emprego.
Deplorou as péssimas condições dos transportadores semi-colectivos de passageiros, caracterizadas por falta de ética profissional dos condutores e cobradores, estado lastimável das cadeiras, deficiências mecânicas, encurtamento de rotas, em suma, falta de valorização dos seus utentes.
‘Perante esta situação, o Movimento Sindical reserva-se ao direito de mobilizar uma manifestação ou uma greve à escala nacional como forma de mostrar o seu repúdio contra o elevado o custo de vida, caso se verifique que na prática, nada está a ser feito para tirar os trabalhadores e suas famílias em particular e a população em geral, do sufoco que estão submetidos’, advertiu.
Recordou que o aumento dos combustíveis está a ter um impacto negativo na economia nacional e no aumento generalizado dos preços, numa situação em que salários que a maioria dos moçambicanos aufere, são bastante baixos.
Repudiou qualquer força interna ou externa que apoia as atrocidades cometidas na província de Cabo Delgado, tendo apelado aos terroristas para que cessem de imediato com os seus actos.
Integram o Movimento Sindical a Organização dos Trabalhadores de Moçambique, Central Sindical (OTM-CS), Confederação Nacional dos Sindicatos Independentes e Livres de Moçambique (CONSILMO), Sindicato Nacional dos Jornalistas (SNJ), Organização Nacional dos Professores/Sindicato Nacional dos Professores (ONP/SNPM) e a Associação Médica de Moçambique (AMM).