A Polícia da República de Moçambique (PRM) vai retomar a utilização do alcoolímetro para controlar o consumo de álcool pelos automobilistas nas estradas do país.
A medida visa reforçar a prevenção dos acidentes de viação que nos últimos dias tem resultado em elevado número de vítimas humanas e danos avultados no património público, privado e nas famílias.
No entanto, a operação deverá respeitar o protocolo contra a Covid-19.
A retoma de uso do bafómetro pela polícia acontece dois anos depois da sua interrupção como forma de conter a onda de propagação da pandemia da Covid-19 no país, no quadro das restrições impostas pelo Governo.
A informação consta de uma nota do Comando Geral da Polícia que faz o levantamento da instrução que suspende o uso de alcoolímetros para actividade de controlo de álcool nos automobilistas.
A circular exorta a corporação para intensificar palestras nas igrejas, terminais de transportes público de passageiros e em todos os locais de maior aglomeração de pessoas.
A PRM tomou a decisão 24 horas depois do Presidente da República, Filipe Nyusi, ter repudiado publicamente a onda de acidentes no país que tem provocado danos incalculáveis as vítimas e suas famílias, provocados por condução sob efeito de álcool e falta de respeito as regras básicas e elementares de condução na via pública, plasmadas no código de estrada.
O estadista moçambicano afirmou que os acidentes de viação causam um efeito perverso ao tecido económico e social, pois pessoas envolvidas, parte considerável jovens e adultos, são o motor do desenvolvimento do país.
Dados oficiais indicam que o país registou nos últimos cinco anos cerca de 11 mil acidentes de viação que resultaram em muitos óbitos e feridos, a maioria crianças.
O Ministério dos Transportes e Comunicações de Moçambique considerou há dias “inaceitável” a elevada onda de sinistralidade rodoviária no país, prometendo anunciar nos próximos dias o reforço de medidas de prevenção de desastres.
Através de um comunicado, o sector dos transportes vincou que “os prevaricadores deverão ser responsabilizados” porque o país não pode continuar a assistir passivamente os acidentes.