O antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, foi nomeado para integrar uma missão internacional conjunta de observação eleitoral, composta por 30 membros destacados, para acompanhar as eleições gerais no Quénia que terão lugar terça-feira da próxima semana.
“Estamos aqui para demonstrar o nosso apoio a realização de eleições credíveis. Esta eleição será significativa, pois marcará a terceira transição para um novo presidente desde a reintrodução da política multipartidária, em 2002, e a terceira eleição desde que o Quénia promulgou uma nova constituição em 2010”, disse Chissano, citado pelo portal CapitalFM.
“Apelamos aos actores políticos, à sociedade civil, e ao povo do Quénia para que se comprometam com eleições pacíficas, livres, justas e transparentes, assim como com uma transição suave”, acrescentou.
Os observadores internacionais juntar-se-ão a uma equipa central de peritos temáticos que se encontram em Nairobi desde Maio último.
A missão internacional afirma que vai reunir-se com as autoridades eleitorais, partidos políticos, funcionários governamentais, líderes da sociedade civil e outros actores relevantes, a fim de conduzir uma avaliação abrangente do processo.
Assegura que baseará as suas conclusões e recomendações nas normas regionais e internacionais para eleições democráticas.
Todas as actividades serão conduzidas numa base estritamente apartidária, sem interferir no processo eleitoral e em conformidade com as leis do Quénia.
A Comissão Eleitoral Independente do Quénia (IEBC, na sigla em inglês) garante ser “quase 100%” seguro que não haverá fraude eleitoral nas eleições gerais, após ter criado mecanismos para garantir um voto justo.
“As pessoas que estão a pensar na fraude eleitoral estão a pensar nos acontecimentos de 2013 e 2017 [nas eleições]. Temos quase 100% de certeza de que ninguém pode fazer isso. Nem mesmo o presidente (do IEBC, Wafula Chebukati) pode mudar os números”, afirmou o comissário Francis Wanderi, numa conferência de imprensa, citado pela Lusa.
Para a votação de 2022, foram estabelecidos diferentes mecanismos para evitar que os resultados sejam falsificados, incluindo um sistema biométrico com mais garantias do que os usados anteriormente, adiantou a comissão.
Da mesma forma, por exemplo, o número exacto de boletins de voto correspondente ao número de eleitores inscritos na assembleia de voto será distribuído em cada local de votação e tanto esses boletins como os formulários de registo dos resultados de cada assembleia de voto terão marcas de segurança.
A Comissão Eleitoral, que se queixou repetidamente da falta de recursos, tem sido alvo de muitas críticas nas eleições dos últimos anos no Quénia.
O ex-primeiro-ministro e líder da oposição, Raila Odinga, lidera a corrida para Presidente do Quénia, de acordo com as sondagens sobre intenções de voto, contra o seu grande rival e vice-presidente cessante, William Ruto.