A empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM), em parceria com a Southern African Power Pool (SAPP) e o Banco Mundial, está a mobilizar recursos para financiar novas infra-estruturas de transporte de energia eléctrica na região, bem como no país.
Para o caso de Moçambique, está em discussão a viabilização da linha de transporte que liga o Malawi, Tanzânia e Zâmbia para garantir que os recursos energéticos do país possam estar disponíveis à região.
A concretização da iniciativa vai permitir ao país realizar o objectivo de ser um hub regional na produção de energia e, por via disso, encaixar mais receitas para financiar a economia, através da venda de energia.
Aliás, existem várias iniciativas de geração de energia na forja, como é o caso da hidroeléctrica Mpanda Nkwa com uma capacidade projectada para a produção de 1.500 MW e Central de Temane, com capacidade de 450 MW, entre outras.
Os dados foram revelados ontem, em Maputo, por Pedro Nguelume, Administrador para a área de desenvolvimento e negócios na EDM.
“A importância dessas infra-estruturas é que permitirão a evacuação de energia para o mercado consumidor da região. Esperamos que cerca de metade da energia de Temane, na ordem de 200 a 250 MW serão para colocar na região, e quando chegar a barragem de Mpanda Nkwa também será para esse efeito, uma vez que 1.500 MW estão muito acima da nossa capacidade de absorver energia a nível interno”, disse.
Além da resposta a ser dada a região, de acordo com a fonte, o aumento das linhas de transporte permitirá a EDM chegar rapidamente as zonas mais recônditas do país através da rede eléctrica nacional, cumprindo dessa forma a aposta governamental de energia para todos até 2030.
Para a EDM a missão de interligar o país à região, assegurando a colocação de energia adicional na Southern African Power Pool para tirar dividendos económicos em países como África do Sul e Zimbabwe que estão em défice, mostra-se fundamental tanto para os negócios da empresa, bem como a economia do país.
Segundo o director nacional de Energia, Pascoal Bacela, para o projecto do financiamento das infra-estruturas de transportes é também chamado o sector privado moçambicano, que pode jogar um papel chave na criação de condições para evacuação da energia a ser gerada através de vários projectos em curso.
Para a fonte, a actuação do investimento privado no sector de energia no país está mais simplificado com a aprovação pelo executivo da nova Lei de Electricidade, instrumento que traz reformas que respondem aos desafios do sector, criando condições para uma participação cada vez mais intensiva do sector privado.
“Também cria condições para a integração das energias renováveis na matriz energética nacional, entre outras reformas estruturantes”, referiu.