A Plan International Mozambique (PIMZ), uma organização humanitária vocacionada à promoção dos direitos das crianças e igualdade para as raparigas, decidiu encerrar as suas actividades na província meridional de Inhambane, por considerar que deixaram de ser relevantes devido a redução da violação dos indicadores dos direitos das raparigas.
O facto foi revelado esta quarta-feira, em Maputo, pelo director nacional da PIMZ, Gerald Magash, durante a cerimónia de lançamento da Estratégia Nacional da PIMZ, documento a ser implementado nos próximos cinco anos.
“Trabalhar em Inhambane já não é altamente relevante devido aos indicadores dos direitos das raparigas comparativamente melhores nesta área”, disse o director nacional da PIMZ, Gerald Magashi.
Assim, a organização deverá substituir Inhambane pela província central da Zambézia porque, segundo Magash, a sua presença é muito mais relevante devido aos índices elevados de violações dos direitos das crianças, particularmente das raparigas.
Sobre a execução da Estratégia, Magash atribuiu a responsabilidade aos diferentes actores, incluindo organizações de sociedade civil, parceiros de cooperação, incluindo os órgãos de comunicação social, exercendo mudanças sustentáveis.
A Estratégia não serve apenas a PIMZ porque, segundo Magesh, oferece caminhos para que diversos actores colaborem de modo que as raparigas possam aprender, liderar, decidir, e prosperar.
Por seu turno, a secretária-permanente da Secretaria de Estado da Juventude e Emprego (SEJE), Ivete Alane, acredita que o instrumento vai trazer contribuições significativas para que as raparigas moçambicanas sejam protegidas das uniões prematuras, uniões forçadas, e gravidezes precoces.
Moçambique possui uma das taxas mais elevadas de uniões prematuras no mundo , afectando uma em cada duas raparigas, e o país tem a segunda maior taxa na sub-região austral e oriental.
“Por isso que nós queremos felicitar a Plan International por colocar em foco o seu plano Estratégico na prevenção e combate as uniões prematuras, forçadas e as gravidezes precoces”, afirmou.
A secretária-permanente disse que a iniciativa reforça os planos governamentais, particularmente os da SEJE no combate a esses males que afectam sobretudo as raparigas.
“É tarefa de todos nós protegermos a rapariga do início precoce da actividade sexual, dá falta de informação sobre como evitar uma gravidez, aliada a falta de conhecimento sobre riscos de uma gravidez na adolescência”, vincou.
Operando em Moçambique desde 2006, a Plan International trabalha nas províncias de Sofala e Nampula, regiões centro e norte respectivamente.
Actualmente, também assiste mais de 900 mil deslocados de alguns distritos da província de Cabo Delgado, que procuram refugio dos ataques terroristas que, desde Outubro de 2017, afligem as populações locais.
Participaram no evento organizações da sociedade civil, membros do governo, representantes das missões diplomáticas acreditadas em Moçambique.