O enviado pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto, Mirko Manzoni, declarou, este sábado (06), em Maputo, que passados três anos desde a assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional em Moçambique, a implementação do mesmo continua a revelar resultados positivos.
Elucidou que até à data, foram desmobilizados 3.558 ex-combatentes da Renamo (hoje o maior partido da oposição), sendo 156 mulheres e 3402 homens), representando 68 por cento do total e 12 das 16 bases foram encerradas de forma permanente. Espera-se que, até finais de 2022, o processo de desarmamento e desmobilização seja concluído, com uma maior ênfase na reintegração e na reconciliação em 2023.
“O progresso nestas áreas será fundamental para a consolidação da paz e exigirá esforços colectivos de todos os intervenientes na sociedade. Todos nós beneficiamos da paz, pelo que todos temos um papel a desempenhar”, salientou Manzoni.
Felicitou as partes por se manterem empenhadas no processo, reconhecendo, de modo particular, a liderança dos dois dirigentes, o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, que ‘continuam a promover a paz e a reconciliação através das suas acções’.
“Ao longo dos últimos anos, Moçambique tem estado na liderança da promoção de soluções africanas para os problemas africanos. Esta abordagem orientou-nos na implementação do Acordo de Maputo, e mais recentemente, na resposta do país às questões de segurança no norte de Moçambique”, salientou.
Disse que, face a estes sucessos, em junho deste ano, Moçambique foi eleito, pela primeira vez, como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para um mandato de dois anos com início em 2023; tendo recebido o apoio unânime dos outros Estados-Membros. “Moçambique tem, agora, uma plataforma global para partilhar as suas experiências na construção da paz e da segurança”, concluiu.