
O Parque Nacional de Zinave (PNZ), Área de Conservação Transfronteiriça do Grande Limpopo, no distrito de Mabote, província de Inhambane, sul de Moçambique, recebeu semana passda oito rinocerontes, dos quais sete pretos e um branco, espécie tida como emblemática e de grande importância para atracção turística.
Os rinocerontes são oriundos de uma reserva privada sul-africana (Manketti Reserve), no âmbito do acordo de parceria entre o Governo, através da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), a Peace Parks Foundation e a mineradora Exxaro Mine, no quadro do repovoamento animal no parque.
A operação do repovoamento foi concretizada pela Peace Parks Foundation, entidade que opera no ramo da conservação em Moçambique, tendo investido 4.6 milhões de dólares, desde a translocação, aspectos de protecção e segurança dos animais, pagamentos aos fiscais, e aquisição de meios circulantes, com destaque para um helicóptero.
Os novos rinocerontes juntam-se a um conjunto de 20 já existentes no parque, também doados no quadro dos acordos com a mineradora sul-africana para a promoção da migração animal na região da SADC, como forma de salvaguardar a reprodução das espécies em extinção.
Ainda este ano, serão translocados para PNZ 40 girafas a partir do Parque Nacional Kruguer, na África do Sul, e 70 elandes, do Santuário de Fauna de Vilankulo.
Reagindo a operação, o Administrador do parque, António Abacar, disse que a chegada da nova espécie dos rinocerontes melhora o produto turístico no PNZ baseado na fauna diversificada, completando os Big Five, que incluem cinco mamíferos selvagens de grande porte, nomeadamente o leão, leopardo, rinoceronte, búfalo e elefante.
Sem avançar dados números, Abacar salientou que depois da introdução das novas espécies, desde Junho, o parque tem registado uma avalanche de turistas. “Neste momento podemos dizer que o Parque Nacional de Zinave é dos únicos com as cinco espécies emblemáticas, que são os Big Five”.
A fonte da ANAC assegurou que face a repovoamento animal no PNZ estão igualmente em curso trabalhos de expansão do santuário de fauna de 18.600 hectares para 30 mil hectares, para incrementar a capacidade de carga.
Refira-se que o rinoceronte em Moçambique está sob extrema ameaça, tendo sofrido declínio radical em toda a sua área nativa nos últimos 20 anos, devido a caça furtiva que continua a preocupar as autoridades, apesar de avanços na fiscalização nos últimos anos.
Foi no contexto do combate a caça furtiva, que as autoridades moçambicanas detiveram há semanas um perigoso caçador furtivo de nome ”Boss Navara”, conhecido como o cérebro das operações desse tipo de crime.