O Instituto Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (INGD) sustenta que urge melhorar os mecanismos de prevenção e redução de risco de desastres em Moçambique, como forma de mitigar o impacto negativo para a população e seus meios de subsistência.
Para o efeito, o INGD, com a assistência técnica e financeira do Grupo de Segurança Alimentar e do Programa Mundial de Alimentação (PMA), organizou hoje, em Maputo, um fórum para a mobilização de parceiros da sociedade civil e actores humanitários para aviso prévio e acções antecipadas em Moçambique.
Pretende-se com o evento melhorar substancialmente a disponibilidade e o acesso aos sistemas de aviso prévio para vários perigos e melhorar o acesso as informações e avaliações sobre o risco de desastres para as populações.
Falando durante o evento, o director nacional da Divisão de Desenvolvimento das Zonas Áridas e Semi-áridas no INGD, Paulo Tomás, disse esperar que através do fórum sejam mapeadas todas as iniciativas de acções antecipadas e oportunidades de parcerias no país.
“Depois de identificadas as oportunidades de fortalecimento de capacidades da sociedade civil sobre acções antecipadas será elaborado um Plano de Acção conjunto para o fortalecimento de sistema de aviso prévio e acções antecipadas em Moçambique”, avançou.
Revelou que ao nível da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) já estão a ser lançadas as previsões para o continente e, posteriormente, ao nível do país.
“Estamos num processo preparatório ao nível SADC onde estão a ser lançadas as previsões para o continente e, posteriormente, teremos ao nível do nosso país o prognóstico para depois serem desenhados os vários cenários que farão parte do Plano de Contingência no qual será estimada a população em risco”, salientou.
Entretanto, antes das previsões ao nível das comunidades decorre um processo contínuo de trabalho a partir dos comités locais de gestão de desastres que inclui a realização de exercícios de simulação para que as comunidades estejam preparadas e em estado de prontidão.
Por sua vez, o director geral do Instituto Nacional de Meteorologia, Adérito Aramujo, acrescentou que Moçambique vai emitir em Setembro próximo a previsão para a época chuvosa e ciclónica 2022/2023.
“Os técnicos já estiveram reunidos ao nível da SADC e prepararam o prognóstico para a próxima época chuvosa e, na devida altura, nós como Instituto Nacional de Meteorologia iremos emitir aquele que será o estágio da previsão sazonal para este período”, enfatizou.
Presente na ocasião, a responsável do projecto de financiamento no PMA, Sílvia Pieretto, garantiu que as Nações Unidas continuarão a apoiar Moçambique na gestão de desastres naturais.
“O objectivo concreto é trabalhar em todo o sistema das instituições nacionais até aos agricultores em perceber melhor sobre o impacto das mudanças climáticas e o que eles podem fazer para mitigar esses impactos. Então, isso vai do nível nacional na melhoria de um sistema de aviso prévio, da informação que é partilhada e das acções que precisam ser tomadas de forma antecipada”, explicou.