O sistema electroprodutor da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), que conta com mais de 40 anos de funcionamento contínuo, está prestes a atingir o seu limite de vida útil, algo que poderá condicionar a geração de energia nos próximos anos.
Por isso, a empresa vai avançar com a operação de reabilitação e manutenção, que consiste na substituição gradual de componentes nos cinco grupos de geradores actualmente em funcionamento.
O projecto da reabilitação da central de produção implica a substituição de componentes nos geradores, nomeadamente turbinas, sistemas de controlo de comando e protecção, reguladores de velocidade e tensão, bem como outros componentes, numa altura em que a performance do empreendimento está seriamente em risco.
Em paralelo, serão substituídos os equipamentos que fazem a conversão da energia eléctrica de corrente alternada para contínua, denominadas válvulas conversoras, pelo facto de estarem descontinuadas.
Enquanto a grande intervenção não ocorre, a empresa continua a realizar intervenções de manutenção preventiva e preditiva, como forma de assegurar uma gestão dos aspectos críticos.
A revitalização propriamente dita vai custar aos cofres da empresa acima de 100 milhões de dólares norte-americanos.
O facto foi reportado ontem, em Maputo, na FACIM, pelo administrador executivo da HCB, Moisés Machava, durante a apresentação de projectos estruturantes da empresa, feita ao sector empresarial do Estado.
“Alguns componentes estão a atingir o limite de vida útil, há necessidade de reforçar a manutenção e executar projectos de reabilitação”, disse a fonte.
Referiu que a intervenção nos geradores poderá limitar a produção da empresa por um período de um ano, cenário que terá impacto directo na geração e fornecimento de energia, devido a paragem parcial do equipamento.
“Haverá um período de sacrifício, em que a produção vai parar parcialmente para dar lugar a intervenção. Mas isso ainda é um assunto que vamos discutir com a empresa que vai executar os trabalhos e em momento certo comunicaremos”, disse a fonte.
Garantiu que, para cumprir com os contractos de fornecimento de energia firme que tem com os clientes, a empresa poderá accionar um gerador que funciona como de reserva entre os cinco geradores existentes.
A fonte assegura que, depois da intervenção, o impacto na produção será compensado porque a central ganhará mais 30 anos de vida útil, com mais fiabilidade no seu funcionamento, contribuindo para a melhoria dos resultados e consequentemente mais lucros e maior contribuição fiscal.
“Neste momento convém fazermos isto, e já iniciamos o processo e até final deste ano teremos os empreiteiros seleccionados. Há um concurso internacional aberto e vai ser seleccionado o empreiteiro”, vincou.