O Instituto Nacional de Saúde (INS) está a realizar um estudo sobre a segurança da exposição acidental à nova vacina viva atenuada oral da poliomielite tipo 2 (nOPV2) em mulheres grávidas que partilham residência com crianças menores de cinco anos de idade, imunizadas com a vacina PT Bio Farma Novel Poliomielite Oral Tipo2, em Moçambique.
O estudo arrancou, recentemente, no Hospital Geral e Centro de Saúde José Macamo, na cidade de Maputo, onde teve, de imediato, adesão de 10 gestantes.
O coordenador geral do estudo e pesquisador no INS, Assucênio Chissaque, manifestou satisfação com o nível de cooperação do público-alvo, anotando que, inicialmente, havia sido definido um mínimo diário de cinco mulheres, número que, na prática, duplicou e levou à fixação da cifra mínima de 10 participantes por dia.
“Conseguimos incluir 10 mulheres grávidas só no primeiro dia. Foi muito positivo! A nossa meta diária era de cinco, mas, com esta adesão, subimos a fasquia para um mínimo de 10 participantes por dia e vamos trabalhar para alcançar a meta”, disse.
O nOPV2 é implementado pelo INS, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e está centrado na resposta à emergência dos surtos do poliovírus, derivados da vacina e reportados recentemente no país.
O estudo avalia a segurança da nova vacina em mulheres grávidas potencialmente expostas por meio de crianças vacinadas que excretam a mesma. A avaliação constitui um pré-requisito para a pré-qualificação e o uso global da nova vacina.
Implementado com base na recolha de dados por meio de entrevistas no momento das consultas pré-natal e pós nascimento (28 dias), o estudo pretende, igualmente, medir os possíveis problemas congénitos, o número de partos prematuros, baixo peso do bebé ao nascer, morte neonatal e morte materna em mulheres grávidas em contacto com crianças menores de cinco anos vacinadas com a vacina nOPV2 nas suas casas, em comparação com mulheres grávidas sem crianças vacinadas.
As participantes reconhecem a relevância do estudo, que é desenvolvido em prol do bem-estar dos bebés face ao vírus da pólio, que causa, dentre vários males, a paralisia infantil.
Para além de Maputo, o trabalho irá decorrer na província de Nampula, no Hospital Geral de Marrere e no Centro de Saúde 25 de Setembro.
Ao todo, vai abranger 1.251 mulheres grávidas, sendo 313 de Nampula e 938 de Maputo.