
A petroquímica sul-africana Sasol, que explora gás natural na província de Inhambane, sul de Moçambique, aponta o hidrogénio como fonte de energia que poderá entrar nas suas operações para atingir a meta de descarbonização, Net Zero, até 2050.
A multinacional sul-africana está a desenvolver, fora do país, um projecto protótipo para a utilização do hidrogénio a partir de energia solar, um recurso que abunda em Moçambique.
A informação foi confirmada pelo director-geral da Sasol em Moçambique, Ovídio Rodolfo, em entrevista à AIM, falando sobre a transição energética em Moçambique.
“O hidrogénio é um dos elementos que a Sasol vê a entrar nas operações para reduzir as emissões de carbono e atingir a meta Net Zero até 2050. Estamos a fazer experiências e, se tudo der certo, vão ter um grande impacto em todas operações de energias no mundo e em Moçambique, em particular”, disse a fonte.
Recentemente, a Sasol conduziu, em parceria com a universidade de Cabo, da vizinha África do Sul, uma demonstração durante o evento (África Oil Week, Africa Energy Week), na qual, na base do hidrogénio accionou diversos equipamentos, comprovando que o hidrogénio é um dos elementos que pode funcionar para a transição energética.
Ressalvou que a empresa não vai substituir todas suas operações por hidrogénio, mas garante que o elemento pode jogar um papel preponderante na matriz energética nacional, tendo em conta a necessidade da transição energética, num contexto em as alterações climáticas constituem um verdadeiro perigo para a humanidade.
A empresa entende que o hidrogénio é o combustível do futuro, por se tratar de uma fonte de energia renovável inesgotável e não poluente, com benefícios para a humanidade e o meio ambiente, numa altura em que os níveis de emissões colocam em risco a sobrevivência da humanidade a longo prazo.
Aponta Moçambique como tendo condições para explorar este tipo de energia, dado o potencial que dispõe para a exploração das energias renováveis e mais amigas do ambiente, podendo funcionar como vector de valorização energética renovável e complemento ao gás natural.
Em Moçambique, as energias renováveis têm vindo a ganhar terreno na matriz energética nacional. Aliás, só no presente quinquénio, o Executivo propoe-se a produzir 600 MW adicionais, dos quais mais de 200 MW serão produzidos na base de fontes renováveis, incluindo solar, eólicas e hídrica e 400 MW de centrais eléctricas alimentadas a gás.
Do ponto de vista de disponibilidade das fontes de energia, vários estudos mostram um impacto socioeconómico positivo nas comunidades não abrangidas pela Rede Eléctrica Nacional, mas que, no entanto, avançam a necessidade do aprimoramento do quadro regulatório com vista a promover investimentos no sector