O Presidente da República, Filipe Nyusi, afirma que o empreendimento Coral-Sul FLNG, inaugurado, e o arranque da exploração de gás natural na Bacia do Rovuma cimenta as boas expectativas e eleva os índices de confiança dos investidores sobre a evolução da economia moçambicana nos próximos tempos.
Entende que a execução do projecto terá um impacto positivo no crescimento económico, bem como do ponto de vista das contas públicas e equilíbrio na balança comercial.
Aliás, o cenário poderá ser melhor com a concretização de mais dois projectos de liquefacção em terra, aumentando a produção cinco vezes.
Nyusi fez a explanação hoje, em Pemba, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, durante a cerimónia de inauguração do empreendimento Coral-Sul FLNG, na presença de todos os parceiros da Área 4, nomeadamente a ExxonMobil, GALP, KOGAS, CNPC e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENG) e o executor do projecto, a multinacional Eni.
“De uma forma sumária, este empreendimento elevou os patamares da confiança e das expectativas para futuro, no sentido em que Moçambique possa tomar uma posição significativa como exportador do LNG na fase da transição energética e melhorar a sua economia”, disse Nyusi.
O Chefe de Estado afirmou que o início da produção do gás confirma o bom momento que o país atravessa como receptor de investimentos estrangeiros bilionários depois de um período em que poucos acreditavam em Moçambique, sobretudo os investidores, as multinacionais e instituições económicas, devido a vários factores.
Entretanto, apela aos moçambicanos a não tomar a exploração de gás como a única e maior solução para o projecto de desenvolver Moçambique, salientando a necessidade de aumentar a produção e a produtividade nas actividades tradicionais, como agricultura, pesca, turismo, projectos de geração de energia, dentre outras.
Salientou que a colocação de gás natural de Moçambique no mercado mundial é o culminar de intensas actividades de pesquisa, desenvolvimento e implementação do Projecto Coral Sul FLNG, que salvaguarda o interesse público e a maximização dos recursos petrolíferos do país, pelo que se compromete a fazer tudo ao seu alcance para que os dividendos sirvam para responder as reais necessidades do povo.
Por sua vez, o CEO da Eni em Moçambique, Guido Brusco, disse que a petrolífera italiana orgulha-se de celebrar a inauguração do empreendimento Coral-Sul FLNG, e o início da exploração do GNL, no país, facto que demonstra o compromisso do governo e parceiros em todas as fases desde a decisão final de investimento tomada em 2017.
“Este resultado extraordinário foi possível graças a distinta abordagem da Eni, mas o factor importante foi o apoio do governo moçambicano para o propósito comum e sucesso partilhado por todos os parceiros e partes envolvidas”, disse.
Referiu que os grandes consumidores do gás a nível mundial estão a busca de novos suprimentos para apoiar a segurança energética e isso pode constituir uma oportunidade para o país tendo em conta os enormes depósitos de gás que dispõe, pelo que equaciona-se a possibilidade de a Eni aumentar a oferta a curto prazo, introduzindo mais uma plataforma flutuante nas águas profundas.
“A Eni como operadora, acreditamos que existe oportunidade para aumentar a oferta a curto prazo, incluindo a possibilidade de replicar o sucesso do projecto Coral-Sul com o desenvolvimento de um novo FLNG”, assegurou.