Moçambique Já é Membro Do Conselho De Segurança DA ONU
Maputo, 03 Jan (AIM) – Moçambique iniciou na tarde desta terça-feira (03) o seu mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), algo que acontece pela primeira vez em toda a sua história.
Moçambique faz-se representar no órgão pelo embaixador extraordinário e representante permanente na ONU, Pedro Comissário.
Durante o acto formal, que teve lugar na sede da ONU, em Nova Iorque, o Conselho de Segurança hasteou as bandeiras de Moçambique e de outros quatro países eleitos como membros não permanentes nomeadamente Equador, Japão, Malta e Suíça.
Refira-se que na sua comunicação à nação, proferida na noite de segunda-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, frisou que o país propõe-se a advogar temas relacionados com a promoção da paz internacional, com destaque para a paz no continente, o nexo entre o clima, paz e segurança, papel da mulher e dos jovens na manutenção da paz, combate ao terrorismo e outros males que ameaçam a paz e segurança internacionais.
Aposta ainda na procura de um maior espaço para os países em desenvolvimento nas decisões internacionais, através da reforma das instituições multilaterais.
“Para lograrmos óptimos resultados, trabalharemos com equipas constituídas por homens e mulheres com valências dos diversos actores estatais e não estatais, academia e sociedade civil, capazes de assegurar uma eficiente articulação interna ou externa’, detalhou.
Durante o evento, os embaixadores dos cinco países revelaram os seus desafios para o presente mandato.
“Comprometemo-nos a dedicar plenamente as nossas energias, com a cooperação outros países neste augusto organismo, à manutenção da paz e da segurança o mundo inteiro”, disse Comissário.
Referiu que o imperativo de procurar soluções de paz para os conflitos e o dever de cooperar com outras nações são princípios consagrados na Constituição de Moçambique.
Como membro eleito, Moçambique irá prestar uma atenção particular às situações que constituem sérias ameaças à existência pacífica dos Estados no século XXI.
“Destaca-se entre as ameaças da actualidade à paz e segurança nacional a progressiva africanização do terrorismo que afecta o nosso continente que pensamos que tem de ser travada. A comunidade internacional deve unir esforços nesse sentido”, frisou.
Aliás, disse Comissário, as Nações Unidas foram criadas para serem um centro de harmonização das acções das nações na prossecução de objectivos comuns, incluindo a paz e a segurança internacionais, a busca de relações amistosas entre as nações e a promoção da cooperação internacional.
Moçambique acredita que a realização destes objectivos pode criar condições favoráveis para a promoção do progresso social e melhor padrão de vida e maior liberdade.
A eleição de Moçambique teve lugar a 09 de Junho de 2022 durante a 77ª sessão da assembleia-geral da ONU na cidade norte-americana de Nova Iorque.
Para o efeito, Moçambique recebeu 192 votos, ou seja 100 porcento dos depositados por igual número de países com direito a voto. O país precisava apenas de superar a barreira de dois terços para garantir a sua eleição.
A vitória de Moçambique é fruto de uma campanha diplomática que iniciou em Setembro de 2021.
Integram actualmente o Conselho de Segurança das Nações Unidas 15 membros, dos quais cinco são permanentes, nomeadamente: China, Estados Unidos da América, França, Reino Unido e Rússia.
(AIM)
sg