
Governo moçambicano vai financiar gradualmente a produção do livro escolar no país como forma de dinamizar o acesso à educação em todo o país, sobretudo, nas zonas mais recônditas, onde costuma chegar tarde devido a degradação das vias de acesso.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou o facto hoje, no distrito de Molumbo, província central da Zambézia, durante a cerimónia de abertura oficial do ano lectivo 2023.
“Temos a intenção de produzir o livro internamente. A coisa mais difícil é conceber e editar, mas vamos, gradualmente, produzir o livro. Agora somos dependentes dos parceiros do Orçamento (do Estado) ”, disse Nyusi, que também inaugurou, no mesmo local, a Escola Secundária de Molumbo, uma infra-estrutura financiada pelo Banco Islâmico.
Para o ano escolar de 2023, “disponibilizaremos um total de 19.623.220 livros do ensino primário, dos quais 18.550.600 livros na modalidade de monolingue e 1.072.620 livros bilingue.”
Segundo Nyusi, 2022 foi um ano crucial para o sector da educação, marcado pela aprovação da Política do Professor e Estratégia de Implementação (2023-2032).
“No âmbito do Programa Quinquenal do Governo (2020-2024) entrarão em funcionamento um total de 3.857 escolas, destas 3.817 são públicas e 40 são privadas, notando-se um crescimento da rede escolar na ordem de 1,3 por cento comparativamente à rede que funcionou em 2022”, disse o estadista.
Segundo Nyusi, os actos terroristas, nos últimos três anos, causaram a deslocações de mais de 52 mil alunos e afectaram um total de 1.024 professores, dos quais 13 foram barbaramente assassinados.
“Entre Outubro de 2021 a Março de 2022, os ciclones tropicais Guambe e Ana afectaram 1.871 escolas e, consequentemente, 4.615 salas ficaram destruídas, afectando 5.537 alunos, em particular nas províncias do centro e norte do país”, disse.
O presidente revelou ainda que, no universo de 3.857 escolas, na Província da Zambézia, 3355 são do ensino primário, 378 são de ensino básico e 84 do ensino secundário.
“Em relação aos efectivos escolares, a província prevê inscrever 2.380.631 alunos, dos quais 2.368.436 para o ensino público e 12.195 para o ensino particular. Estes números representam um crescimento na ordem de 14,6 por cento em relação ao ano passado. Esta cifra acompanha o facto de a província ser a segunda mais populosa do país”, explicou.
No âmbito da inclusão escolar, de acordo com o Presidente, destaca-se em 2022 a domesticação do código matemático para a língua portuguesa, simbologia Braille para a introdução de ciências naturais e matemática no ensino secundário.
“Adaptámos igualmente os programas da 7ª classe para o ensino secundário e elaborámos o primeiro programa de ensino de língua de sinais de Moçambique na 7ª classe. Este exercício será acompanhado por um programa de capacitação de professores que assistem alunos com necessidades educativas especiais”, afirmou o estadista, acrescentando que no subsistema de alfabetização de adultos, prevê-se a inscrição de 48.677 alfabetizandos.
“Distribuímos 62.019.405 livros escolares, como resultado destas realizações”, disse, acrescento que “expandimos a rede escolar, com 13.034 escolas primárias e 618 escolas secundárias em 2020 para 13.180 escolas primárias e 648 secundárias em 2022.”
Ainda em 2022, frequentaram o ensino secundário 719.194 raparigas, cifra correspondente a 48,9 por cento de um universo de 1.468.904 alunos.
No subsistema de ensino geral, o número de alunos passa de 8.908.788 em 2022 para 9.728.972 no presente ano lectivo, sendo 4.751.360 raparigas, correspondentes a 4,8 por cento.
(AIM)
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