A vizinha África do Sul poderá aprovar, brevemente, um pacote para apoiar o regresso dos deslocados às zonas que haviam sido tomadas pelos terroristas na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, anunciou na noite de sábado o Presidente República, Filipe Nyusi.
Segundo Nyusi, o facto foi acordado durante o encontro mantido com o seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, a margem da 36ª Cimeira da União Africana (UA), um evento de dois dias que teve lugar na capital etíope Adis Abeba, e que decorreu sob o lema: Acelerando o Comércio Livre em África.
“Foi encorajador ouvir que da parte da África do Sul estão a preparar um pacote para apoiar os regressados para as zonas antes atacadas pelos terroristas em Cabo Delgado, mas num projecto estruturado de agricultura.
Explicou que os sul-africanos querem participar na agricultura e pesquisar o tipo de culturas que é possível produzir.
“O Presidente (Ramaphosa) disse que eles deverão trazer brevemente uma proposta concreta não para participar como combatente do terrorismo com armas, mas também potenciar as populações na produção”., disse.
Refira-se que desde Outubro de 2017 que Cabo Delgado é vítima de ataques terroristas que já provocaram a morte de mais de 3.000 pessoas e forçou pelo menos um milhão de pessoas a procurar refúgio em locais mais seguros, desencadeando uma crise humanitária.
Ambos os estadistas também passarem em revista os últimos acontecimentos na África do Sul marcados pela queima de viaturas de cidadãos moçambicanos no interior daquele país vizinho.
Nyusi reconheceu que se trata de um problema complexo e que envolve muitas emoções e sensibilidades que não será resolvido por um simples encontros entre delegações de ambos governos.
“É um problema que preocupa os sul-africanos, os moçambicanos e a mim próprio”, disse.
Adiantou que, brevemente, haverá um encontro entre os ministros do interior para tentar encontrar uma solução.
Em Adis Abeba, Nyusi também teve a oportunidade para se avistar com o presidente ruandês, Paul Kagame.
Segundo Nyusi, este era um encontro incontornável pelo facto de Kagame ser o Comandante-Chefe da maior força militar a combater o terrorismo na região norte de Moçambique, particularmente em Cabo Delgado.
“Falarmos quase sempre numa base diária. Trocamos impressões sobre as batalhas que estamos a realizar”, disse Nyusi.
Revelou que um dos pontos abordados é o futuro das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, da Polícia da República de Moçambique após a saída da Forca de Defesa do Ruanda que, actualmente, possui um efectivo superior a 2.500 homens em Moçambique.
“O facto mais importante foi saber que ele reafirmou que vai continuar a apoiar Moçambique no combate e nós dois reafirmamos que vamos intensificar o combate ao terrorismo”.
Ainda em Adis Abeba, Nyusi disse que manteve um encontro com o Presidente das Comores, Azali Assoumani, com trocou passou em revista as relações entre os dois países, bem como o combate ao terrorismo em Moçambique.
(AIM)
sg