A suspensão temporária da circulação de comboios na linha de Goba devido às chuvas persistentes que caem na província de Maputo afecta diariamente uma média diária de pelo menos 1.200 passageiros.
A circulação de comboios foi interrompida há dias devido aos danos na linha provocados pelas chuvas.
Segundo a Chefe do Serviço de Transporte de Passageiro na Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), Iara Popinsky, para além do impacto negativo no sector de transporte de passageiros, as chuvas causaram danos avultados no sector de transporte de carga, cujo impacto financeiro até ao momento ainda está a ser contabilizado.
“A linha de Goba é a única que não está a funcionar neste momento e, em consequência, são afectadas cerca de 1.000 a 1.250 passageiros por dia”, disse Popinsky, num breve contacto com a AIM.
Assegurou, no entanto, que há outras vias, como a de Ressano Garcia e de Chicualacuala, cujos comboios estão a circular normalmente, embora tenham registado uma ligeira paralisação na linha de Ressano Garcia.
Entretanto, para mitigar o impacto nas populações, segundo explicou, a empresa introduziu mais uma carreira para a linha de Boane, contabilizando duas carreiras no sentido ascendente e descendente, que transportam actualmente, em média dia diária, cerca de 1.800 passageiros.
A fonte explicou que o problema resulta das crateras que são abertas pelas águas e, consequentemente, danificam as plataformas. Por isso, a empresa posicionou vigias, responsáveis por alertar a estação central sobre o estado da linha.
Como medida encontrada para evitar a ocorrência de acidentes por parte dos comboios de transportes de passageiros, a fonte disse que foi necessário optar por uma circulação muito mais cautelosa, embora reconheça que tal medida resulta no incumprimento dos horários.
“Tivemos comboios a circular com precauções. Esse facto originou atrasos nesses últimos dias, que afectaram tanto a linha do Limpopo, de Ressano, bem como a própria linha de Goba, ao nível dos comboios urbanos”, referiu.
Esclareceu que no rol das medidas introduzidas no Serviço de Transporte de Passageiro não se incluiu a redução de peso por locomotiva, porque, segundo disse, os CFM não usam as carruagens até o fim da lotação, como forma, também, de apostar na conservação do equipamento.
Entre os principais incidentes, a chefe do Serviço de Transporte de Passageiro destacou um descarrilamento ocorrido no dia 08, no quilómetro 20, o descarrilamento de um comboio de carga na passagem de nível, cuja locomotiva rebocava cerca de 39 tanques vazios.
(AIM)