Nampula (Moçambique), 23 Fev AIM) – Os índices de desnutrição crónica tendem a baixar em Nampula, mas as autoridades locais consideram que a situação ainda constitui um sério problema de saúde pública nesta província do norte de Moçambique.
Dados divulgados recentemente apontam para uma descida de 50,1 por cento em 2013 para os actuais 46,7, em crianças menores de cinco anos, quando a média nacional se situa em 38 por cento.
Concorrem para estes números, considerados como críticos pelos especialistas de nutrição, o baixo peso à nascença, sendo que a desnutrição crónica desenvolve-se quando há uma deficiente ingestão ou absorção de nutrientes, necessários para manter os órgãos e tecidos saudáveis e a funcionar devidamente.
O governador de Nampula, Manuel Rodrigues, fez notar que o combate à desnutrição crónica tem suporte político, pelo que o governo tem envidado esforços para reverter a situação, como, por exemplo, a colocação de 212 profissionais qualificados em pelo menos 48 unidades sanitárias dos 23 distritos que compõem a província.
“Uma sociedade com desnutrição crónica tem um futuro hipotecado e muito condicionado, é um assunto sério que deve ser encarado também de forma séria por ser um problema de saúde pública”, afirmou.
Entretanto, de acordo com a Associação Moçambicana de Pediatria (AMOPE), a taxa de cura do tratamento de desnutrição crónica em regime ambulatório foi de 91 por cento e a nível das comunidades 97 por cento, graças às intervenções de técnicos e agentes polivalentes nas questões de saneamento, água, educação e suplementação com vitamina A destinada a crianças dos seis aos 59 meses.
A AMOPE defende a expansão do programa de reabilitação nutricional comunitária, uma vez que a desnutrição crónica pode ser eliminada rapidamente em crianças menores de dois anos de idade, pois não têm origem genética e o mesmo potencial de crescimento em todas as latitudes.
A avaliação da influência da AMOPE no tratamento da desnutrição aguda com complicações médicas em unidades sanitárias com internamento na província de Nampula, de 2017 a 2022, mereceu nota positiva visto o impacto na redução da desnutrição.
Na província de Nampula, a mais populosa de Moçambique com 6.4 milhões de habitantes, mais de 3,5 milhões são crianças
(AIM)
Rosa Inguane/dt