Maputo 28 Fev (AIM) – Cerca de 11 por cento de jovens e crianças usuários da internet em Moçambique já foram seduzidos, pelo menos uma vez, a expor imagens de suas partes intimas no espaço cibernético.
Esta é a conclusão de um relatório intitulado “Exploração e Abuso Sexual de Crianças Online (OCSEA), divulgado em 2022, uma iniciativa da União Africana.
No caso particular de Moçambique, este é um desenvolvimento preocupante pois segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas cerca de 60% da população moçambicana tem idade inferior a 24 anos e é usuária de internet ou outros dispositivos equivalentes.
Para a elaboração do referido relatório foram inquiridas 999 crianças e seus familiares.
“O estudo aponta na sua conclusão que 11% dos jovens e crianças usuários de Internet receberam pedidos indesejados para falar de actos sexuais e para partilhar fotos e vídeos mostrando partes íntimas do seu corpo através da Internet”, disse o Reitor na Universidade Pedagógica, Jorge Ferrão
O estudo também indica que, na sua inocência, os jovens e crianças foram conhecendo via online pessoas que nunca tinham visto anteriormente (apenas online).
As crianças quando questionados sobre o assunto, a maioria relata que fica muito feliz ou animada em conhecer estas novas pessoas.
Infelizmente, a maioria delas não faz a mínima ideia da identidade da pessoa com quem mantém contactos online explicou Ferrão, que falava segunda-feira (27), em Maputo, durante um seminário intitulado “Debate Sobre a Internet Mais Segura em Moçambique: Estágio Actual e Desafios na Protecção das Crianças e Jovens.
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Já no caso de jovens adultos, um número considerável dizem que preferem namorar novas pessoas que conhecem online.
Como forma de conferir uma maior segurança no espaço cibernético, o Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC) está a formar técnicos moçambicanos no país e no estrangeiro anunciou Fernando Niquice, representante do ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, que também participou no evento.
Actualmente o INTIC possui um grupo de oito técnicos no Brasil, que integram uma equipa de implementação do sistema de certificação digital de raiz em Moçambique a ser concluído no presente ano para viabilizar a certificação de entidades e concorrer para redução significativa da falsificação de documentos no âmbito da Segurança Cibernética.
Participaram no evento, representantes do Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), do Instituto Nacional De Tecnologias De Informação E Comunicação (INTIC), académicos, estudantes e demais convidados.
(AIM)
CS /sg