Maputo, 28 Fev (AIM) – As vítimas do deslizamento da lixeira de Hulene, na cidade de Maputo, já têm motivos para respirar de alívio depois de o governo moçambicano ter autorizado a transferência extraordinária atinente a continuidade de desembolso de subsídios.
A transferência do dinheiro vai directamente para os cofres do Conselho Municipal da Cidade de Maputo.
O facto foi anunciado pelo porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze, que falava no habitual briefing à imprensa, minutos após o fim da 7ª sessão ordinária daquele órgão de soberania, havida hoje em Maputo.
São um total de 218 famílias vítimas do deslizamento da lixeira de Hulene que ainda não foram reassentadas, e que em meados de Janeiro passado, amotinaram-se em frente ao edifício-sede do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, para exigir explicações sobre o atraso no pagamento de seis meses de renda das casas onde vivem actualmente.
Na altura, uma das vítimas, Zacarias Emílio, disse não fazer sentido que, passados cinco anos após o incidente mortífero, a edilidade não tenha capacidade para alojar as famílias em casas condignas.
“Já passaram cinco anos desde que as nossas casas caíram por causa daquele deslizamento. Eles prometeram pagar pelo aluguer das casas. Mas de um tempo para cá, os problemas vêm se agravando. Na anterior governação municipal não havia problemas de pagamento. Mal que entrou o actual presidente, tem sido um sofrimento”, desabafou Emílio.
“Eu não trabalho, só vivo de pequenos biscates. E agora a edilidade vem nos dizer que não se responsabiliza pelo atraso do valor. É justo isso?, questionou.
Do total das 265 famílias vítimas do deslizamento, o Ministério da Terra e Ambiente garantiu a conclusão de 47 casas para igual número de famílias que residiam no quarteirão 24, identificado como o quarteirão que registou maiores danos materiais e humanos.
Até Janeiro último, a edilidade pagou cerca de 34 milhões de meticais, (532 mil dólares, ao câmbio do dia).
O CMCM precisa de 6,5 milhões de meticais (cerca de 110 mil dólares) por trimestre, para pagar subsídio de mobilidade a 218 famílias que ainda não tem residências devido ao atraso das obras.
O deslizamento da lixeira teve lugar a 19 Fevereiro de 2018, e resultou na morte de 17 pessoas.
(AIM)
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