Milão, 28 Fev (AIM) – A multinacional Saipem acordou retomar, em Julho, o projecto liderado pela companhia petrolífera TotalEnergies para a extracção de gás natural na bacia de Gás Natural Liquefeito (GNL) na bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, em Moçambique, anunciou terça-feira (28) o director-executivo do grupo italiano de serviços energéticos, Alessandro Puliti., escreve a Reuters
O projecto, o primeiro a ser desenvolvido em terra, em Moçambique, foi suspenso em 2021, por questões de segurança. O contrato foi adjudicado a Sapiem pela soma de 3,5 mil milhões de euros (3,72 mil milhões de dólares).
“Esperamos retomar gradualmente o projecto (GNL-Moçambique), de acordo com as informações recebidas pelos nossos clientes, a partir de Julho deste ano”, disse Puliti, durante um contacto telefónico estabelecido com a Reuters para falar dos resultados financeiros do grupo em 2022.
Puliti acrescentou que a Saipem não tem informações directas sobre a situação dos direitos humanos e da segurança em Cabo Delgado, onde o projecto será instalado.
No início de Fevereiro, o presidente e director-geral da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, deslocou-se a Cabo Delgado para avaliar a situação de segurança e humanitária naquela região rica em gás natural.
Em Cabo Delgado, escalou o parque industrial de Afungi, a vila de reassentamento de Quitunda, visitou as vilas de Palma e Mocímboa da Praia e reuniu-se com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para falar sobre a evolução da situação de segurança e humanitária, no local onde se situa o projecto Mozambique LNG.
Na altura, Pouyanné mandatou Jean-Christophe Rufin, especialista em acção humanitária e direitos humanos, para levar a cabo uma missão independente com a missão de avaliar a situação humanitária na província, antes de tomar uma decisão sobre o reinício das operações.
A missão avaliou igualmente as acções implementadas pelo projecto Mozambique LNG e vai propor, se necessário, acções complementares a serem implementadas.
O relatório da missão será entregue a TotalEnergies e as suas conclusões serão partilhadas com todos os parceiros do projecto Mozambique LNG, a quem caberá decidir se as condições estão ou não reunidas para retoma das actividades do projecto.
O projecto Mozambique LNG é o primeiro desenvolvimento em terra de uma fábrica de GNL em Moçambique.
O projecto inclui o desenvolvimento dos campos Golfinho e Atum, localizados na Área 01 Offshore, e a construção de duas unidades de liquefacção com capacidade de 13,1 milhões de toneladas por ano.
A TotalEnergies EP Mozambique Area 01 Limitada, subsidiária detida a 100% por cento pela TotalEnergies SE, opera o projecto Mozambique LNG com uma participação de 26,5%, juntamente com a Mitsui E&P Mozambique Area 01 Limited (20%), a ENH Rovuma Área 1, S.A. (15%), ONGC Videsh Rovuma Limited (10%), Beas Rovuma Energy Mozambique Limited (10%), BPRL Ventures Mozambique B.V. (10%), e PTTEP Mozambique Area 1 Limited (8.5%).
(AIM)
Reuters/sg