Maputo, 01 de Março (AIM) – Paz, segurança, combate ao terrorismo e género são alguns dos temas que terão maior enfoque no período da presidência moçambicana no Conselho de Segurança das Nações Unidas durante o mês de Março corrente.
Os conflitos no mundo, e África em particular, serão uma das grandes inquietações que país levará ao debate enquanto Membro não Permanente do Conselho de Segurança, facto que será realçado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, no dia 28 de Março de 2023 quando conduzir a sessão subordinada ao tema, Combate ao Terrorismo e Extremismo Violento na sede das Nações Unidas.
Sobre o marco histórico de Moçambique na ONU, o Chefe de Estado, Filipe Nyusi, endereçou uma mensagem a nação assegurando que a presidência incidirá nos assuntos estratégicos de paz e segurança internacionais, sobretudo o combate ao terrorismo e extremismo violento, mudanças climáticas, o papel da mulher e dos jovens na manutenção da paz.
Apelou aos moçambicanos no país e na diáspora a contribuírem incondicionalmente para que a presidência de Moçambique durante o mês de Março e o mandato de Membro não Permanente no biénio 2023-2024 sejam coroados de êxitos.
Constituem igualmente prioridade para Moçambique o multilateralismo e emergência climática, este último, pelos seus efeitos catastróficos, cíclicos e frequentes, tanto em Moçambique como em vários cantos do mundo.
O facto foi confirmado hoje, em Nova Iorque, pelo representante permanente de Moçambique nas Nações Unidas, o embaixador Pedro Comissário, em conferência de imprensa sobre o início da presidência do país no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
“Devo dizer que as prioridades decorrem daquelas que foram definidas aquando do início do nosso mandato. Número um, é a agenda global da paz e segurança internacional, porque a vocação central do órgão é a manutenção da paz e segurança internacional”, disse Pedro Comissário.
Segundo o chefe da diplomacia moçambicana nas Nações Unidas, as questões da criança, paz e género também irão ocupar um lugar de relevo na agenda dos debates, derivado da própria experiência na gestão de conflitos, nos quais, infelizmente, as mulheres e as crianças foram o rosto mais visível do problema.
“Durante a discussão destas questões, as mulheres terão um lugar à mesa para falar sobre solução de conflitos”, disse.
Multilateralismo e a reforma do Conselho de Segurança são outros pontos que a missão moçambicana leva consigo, tendo Pedro Comissário, asseverado que o país irá usar a sua influência para alavancar e dar ímpeto a esses pontos de agenda, embora reconheça que Moçambique não terá um influência directa, pois são temas que fazem parte do órgão composto por membros permanentes.
Apontou como dossiers urgentes o conflito no Médio Oriente, opondo a Palestina e o Israel, que se encontram em luta permanente. Vincou que a posição de Moçambique sempre foi de apoiar a auto determinação e independência da Palestina e o direito da existência do Estado do Israel.
“Defendemos a existência de dois Estados vizinhos, vivendo livres e soberanos e a relacionarem-se de forma pacífica e tranquila. Esse assunto é recorrente e virá sempre ao Conselho de Segurança.
Também reafirmou a posição do país em relação ao conflito Rússia-Ucrânia, vincando que o país defende a neutralidade, abordagem que tem sido elogiada por vários Estados.
Refira-se que ministra de Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, dirige no próximo dia 7 de Março, nas Nações Unidas, um evento especial sobre mulher, paz e segurança.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/sg