Maputo, 12 Mar (AIM) – Dados do Banco Mundial indicam que a inflação atingiu seu máximo em Moçambique nos últimos cinco anos, ascendendo a média global de 10,3 por cento, influenciado pelo aumento de preços de combustíveis e alimentos no mercado internacional.
Mas as taxas de câmbio nominais e reais permaneceram estáveis, ajudando a minimizar o aumento generalizado de preços, com a estabilidade do metical face as principais moedas, nomeadamente o dólar americano, o euro e o rand sul-africano, apesar do aumento da procura da moeda estrangeira.
Os dados constam da actualização económica de Moçambique feita pelo Banco Mundial e referente a 2022, na qual faz uma abordagem exaustiva sobre o papel dos serviços no crescimento económico e geração de emprego em Moçambique.
“O aumento global dos preços do petróleo e dos alimentos tem contribuído para as pressões inflacionárias. No entanto, as taxas de câmbio nominais e reais estáveis ajudaram a minimizar pressões adicionais sobre os preços”, lê-se na abordagem do Banco Mundial sobre Moçambique.
O banco aponta que para além do aumento dos preços do gasóleo e da gasolina na ordem de 42 e 26 por cento em Dezembro de 2022, a produção de alimentos diminuiu no mesmo ano devido a choques de vária ordem, provocando uma subida de preços de alimentos na ordem de 14,4 por cento.
Contudo, o Banco Mundial antevê uma diminuição da inflação a médio prazo, a medida que as pressões globais diminuam e a produção agrícola aumenta, sendo que os preços elevados dos combustíveis, alimentos e transporte continuarão a determinar a inflação em 2023.
“Com o declínio dos preços internacionais do petróleo, estima-se uma inflação de cerca de 08 por cento em 2024-2025, e que níveis razoavelmente confortáveis de reservas externas contribuam para um fornecimento adequado da moeda estrangeira ao mercado cambial interbancário ajudando na estabilidade do metical e da inflação”, lê-se.
Em termos de perspectivas gerais de crescimento económico, a instituição financeira internacional vinca que o país está a ganhar ímpeto num contexto global exigente, salientando que as perspectivas a médio prazo são positivas, podendo atingir um crescimento de 06 por cento em 2023-2025, ainda que sujeitas a riscos de revisão em baixa.
(AIM)
Paulino Checo (PC) /mz
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