Maputo, 14 Mar (AIM) – Pelo menos 15.122 doentes foram atendidos nas unidades sanitárias de Moçambique em 2022 devido ao consumo de drogas, um aumento de 37 por cento comparativamente ao ano de 2021, que registou 11.164 doentes que aderiram ao tratamento.
Os dados foram apresentados pelo porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze, que acrescentou que os números resultam de acções de sensibilização para aderência ao tratamento e para desintoxicação dos consumidores de estupefacientes.
Suaze, que também é vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, falava após a 9ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, evento que teve lugar terça-feira (14), em Maputo, e que, entre outras matérias, apreciou informações relativas ao relatório sobre a evolução do consumo e tráfico ilícitos de drogas registado no país em 2022.
“O trabalho que tem sido feito tem estado a lograr alguns resultados positivos, no sentido de que as pessoas aderem as unidades sanitárias, apresentam-se, são testadas e depois começa todo um processo longo de desintoxicação”, disse.
Relativamente ao combate ao consumo de drogas, em 2022, segundo Suaze, as autoridades apreenderam cerca de 3.167 quilogramas de diversas substâncias psico-activas, incineradas cerca de 4.128 quilogramas de drogas.
No que tange a situação prisional, as autoridades detiveram 941 pessoas, contra 84 detidas em 2021.
O último informe anual da Procuradora-geral da República, Beatriz Buchili, apresentado na Assembleia da República (AR) o parlamento moçambicano, em Abril de 2022, diz que a rota marítima tem sido uma das mais privilegiadas para a introdução das drogas no país, algumas vezes baldeadas a partir do alto mar para o continente, com o envolvimento de pescadores que se servem das suas pequenas embarcações.
O informe fez referência também a urgência em identificar, desmantelar e responsabilizar os integrantes das redes criminosas que actuam a nível nacional e internacional, facto que impõe acções conjugadas no âmbito da investigação e da cooperação internacional.
Por isso, o governo apela o reforço das medidas de fiscalização, sobretudo da costa moçambicana, para evitar a sua utilização para o cometimento de crimes, incluindo o narcotráfico.
(AIM)
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