
Pessoa com deficiência
Maputo, 30 Ma. (AIM) – O Governo do Canadá está a financiar 13 milhões de dólares canadianos em Moçambique (cerca de 605,8 milhões de meticais) para apoiar pessoas com deficiência em matérias de educação.
O projecto está a ser liderado pela Visão Mundial (World Vision) na província de Nampula, norte de Moçambique, nos distritos de Nacaroa, Monapo e Murrupula, através do projecto transformativo de gênero ‘Toda Rapariga é Capaz’.
A informação foi expressa na manhã de hoje (30), na cidade de Maputo, durante o Workshop sobre protocolo do Instituto Nacional para a Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD) de língua de sinais, no contexto forense no acesso à justiça e protecção à criança.
Para a Oficial de igualdade de género e inclusão social na Visão Mundial, Adelina Mutambe, o valor corresponde a um orçamento que, numa primeira fase, irá abranger mais de 600 crianças de três distritos da província de Nampula.
“No âmbito do projecto “Toda rapariga é capaz”, existe uma subcomponente de deficiência, onde trabalhamos num censo populacional para identificar crianças com deficiência e temos até agora uma margem de 800 crianças com deficiência, nos distritos e prevê-se que o protocolo possa abranger pelo menos 600 crianças com surdez apenas no primeiro ano”, referiu.
Mutambe defendeu uma maior intervenção do governo e parceiros, visando criar instrumentos que apoiem na identificação de casos de crianças com deficiência pois não existem dados.
“É necessário que haja mais esforços a nível dos parceiros de cooperação e do governo, na criação de instrumentos que possam ajudar a colher e analisar esses dados. As crianças com deficiência ou surdez merecem a nossa atenção porque sofrem de forma sobreposta de violência sobretudo pelas dificuldades de comunicação, acesso à justiça, até mesmo informação sobre os seus direitos, violência, abuso, sexual”, acrescentou.
Para Mutambe deve-se “pensar em melhores formas inclusivas de garantir que estas crianças possam ser protegidas de qualquer tipo de violência e que haja acesso à justiça, saúde, educação e os demais serviços básicos.”
Por sua vez, o director da Faculdade de Educação na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Xavier Muianga, considerou que o evento constitui uma ocasião para a instituição de ensino superior trabalhar na investigação.
“Esta é uma oportunidade para a Universidade Eduardo Mondlane, uma vez que a faculdade introduziu a língua de sinais há alguns anos e este protocolo dá-nos a oportunidade de ter algumas actividades na área da Investigação e Extensão”, disse.
Muianga revelou à imprensa que, neste momento, a faculdade que dirige não possui capacidade para receber elevado número de estudantes com deficiência.
“A capacidade de resposta [a demanda de estudantes para cursar] ainda é ínfima, uma vez que a UEM é a única universidade a dar licenciatura em língua de sinais, temos uma avaliação entre 35 a 45 estudantes.
O Workshop tinha como objectivo a revisão e pré-teste da adaptação do protocolo NICHD em línguas de sinais.
(AIM)