Maputo, 30 Mar (AIM) – Os países do mundo inteiro necessitam de embarcar numa diplomacia de paz como forma mais viável e segura para deixar de resolver os diferendos através de armas de guerra, defende o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.
Falando quinta-feira (30) na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, durante o debate de alto nível sobre o tema “O Silenciar das Armas em África”, Nyusi acrescentou que todos os países têm a mínima experiência do facto de que as armas não resolvem, nem resolveram os conflitos internos e externos.
“Queremos consolidar uma cultura em que ninguém é deixado para trás, em que os conflitos são resolvidos através do diálogo. Então, precisamos embarcar numa diplomacia de paz e não pela força das armas; a força das armas não resolve nenhum conflito”, disse.
Como exemplo de motivação para silenciar as armas, o estadista moçambicano referiu iniciativas de apoio que tem recebido, sobretudo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), como sendo viáveis para serem desenvolvidas na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, visando criar estabilidade social.
As iniciativas, acrescentou, devem estar em consonância com programas de desenvolvimento do capital humano, sobretudo para juventude local.
Desde Outubro de 2017, alguns distritos de Cabo Delgado têm sido assolados pelos ataques terroristas, mas, nos últimos meses, o conflito tende a reduzir significativamente devido à acção das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS), auxiliadas pelas Forças de Defesa do Ruanda e da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, sigla em inglês).
“Através do UNODC, temos estado a receber muitas iniciativas para programas de formação dos jovens para o empreendedorismo e em acções económicas que estão alinhados com apoio ao silenciar das armas”, afirmou.
O UNODC tenciona também estabelecer programas de inovação que possam assegurar que as comunidades estejam envolvidas e que sejam beneficiários directos dos projectos e que possam tirar vantagens.
Enquanto não se concretiza, no terreno, Nyusi garantiu que as FDS e as forças estrangeiras continuam a combater os terroristas, buscando a forma ideal para acelerar o processo de silenciar as armas.
O Chefe do Estado encontra-se desde segunda-feira (27) nos EUA, para uma visita de trabalho de cinco dias, no âmbito do exercício da presidência rotativa do Conselho de Segurança, que Moçambique assume desde 01 de Março em curso.
Nesta deslocação, o Presidente da República faz-se acompanhar pela ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, e pela Primeira-Dama da República de Moçambique, Isaura Nyusi.
(AIM)
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