Arranque da campanha de vacinação contra a cólera na cidade de Chimoio, província de Manica
Chimoio (Moçambique), 30 de Mar (AIM) – As unidades sanitárias estabeleceram como meta vacinar, contra a cólera, mais de 300 mil habitantes da cidade de Chimoio, província central de Manica, em Moçambique.
A campanha de vacinação oral, que arrancou esta quinta-feira e estende-se até 05 de Abril próximo, abrange todas as pessoas com mais de um ano de idade.
Na cidade de Chimoio, o lançamento da campanha teve lugar no bairro 16 de Junho, um dos mais afectados pela doença. Chimoio tem 33 bairros com o universo de 372 mil habitantes.
A campanha de vacinação é acompanhada por uma série de medidas para a melhoria do saneamento para controlar o surto da cólera nas áreas de alto risco de propagação da doença.
Há mais de 11 anos que a província de Manica não registava o surto de cólera.
Para o feito, estão envolvidas cerca de 900 pessoas, incluindo profissionais de saúde e outros actores comunitários, distribuídos em 177 equipes, compostas por vacinadores, registadores, mobilizadores e outro pessoal de apoio.
O surto de cólera de cólera na província de Manica foi notificado pela primeira vez em Fevereiro e já fez nove mortos, dos quais sete na cidade de Chimoio e dois em Tambara.
Desde o início da doença, mais de 1.250 pessoas ficaram internadas vítimas de cólera, sendo a cidade de Chimoio a que apresenta o maior número de casos.
Os distritos de Chimoio, Gondola, Tambara e Vanduzi são os que registam o maior número de casos.
O secretário de Estado da província de Manica, Dick Kassotche, que dirigiu hoje (30), em Chimoio, a cerimónia de lançamento oficial da campanha de imunização contra a cólera, apelou a população para afluir em massa aos postos de vacinação para se prevenirem da doença.
Explicou que as equipas de vacinação estão organizadas em postos fixos e em brigadas móveis, distribuídas por locais de maior concentração da população.
“A vacina que será administrada é segura, testada e aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e previamente aplicada em vários cantos do mundo. É livre de efeitos adversos que possam colocar em risco a vida humana” disse Dick Kassotche.
“Portanto, exortamos a toda a população elegível, entre adultos, crianças, cuidadores a se juntarem aos esforços do governo, vacinando e garantindo que os seus educandos também sejam vacinados para que tenham uma vida saudável”, disse.
Na ocasião, Dick Kassotche apelou a população para a estrita observância das medidas de prevenção, tais como medidas de higiene pessoal e colectiva, fazendo o uso correcto da latrina, lavar as mãos e alimentos, bem como eliminar charcos e lixeiras nas comunidades.
O Governo está a levar a cabo uma série de acções para o combate à doença. É preciso que cada um de nós faça a sua parte, seguindo todas as recomendações transmitidas pelos profissionais de saúde”, disse.
Já o representante da Organização Mundial da Saúde, Faquir Calú, garantiu a manutenção do apoio ao governo na luta contra a doença e outros males, de forma a prover condições para a saúde da população.
“Os parceiros, sobretudo a OMS, estão disponíveis a ajudar o sector nesta luta para travar a propagação da cólera nesta província e no país, em geral. Queremos que a população tenha uma boa saúde. Por isso, como OMS juntamo-nos aos esforços do sector de saúde para assegurar que tenhamos uma vida saudável”.
A campanha de vacinação contra a cólera está a decorrer em quatro províncias moçambicanas, nomeadamente, Manica, Tete, Sofala e Zambézia, regiões afectadas pela doença.
(AIM) Nestor Magado (NM) /sg
