
Matibane (Moçambique), 31 Mar (AIM) – O governo de Moçambique insiste nos incentivos legais e fiscais para que o exercício da cabotagem, no país, possa atrair cada vez mais operadores interessados em explorar outras alternativas de logística de transporte, tendo em conta a relevância local dos serviços ferro-portuários.
Estas são afirmações feitas esta quinta-feira à jornalistas pelo vice-ministro dos Transportes e Comunicações, Amilton Alissone, por ocasião do XXVI Conselho de Directores dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) que decorre em Matibane, distrito de Mossuril, província nortenha de Nampula.
O foco é encontrar mecanismos com o objectivo de tornar a actividade de cabotagem competitiva para a exploração do mar, chamada de estrada número zero em paralelo com os corredores que já funcionam no país como rodoviário e ferroviário.
“Os nossos corredores foram desenhados essencialmente para o transporte de carga, daí que este serviço, neste momento, traz muita responsabilidade para o país”, disse o vice-ministro.
Contudo, adiantou, “já é tempo de desafiarmos um novo paradigma a partir do qual teremos que conceber qual o mecanismo mais sustentável para o estabelecimento da espinha dorsal”.
O governante destacou algumas medidas tomadas pelo governo para esta abordagem que continua actual.
“O governo tem estado a implementar diferentes medidas para assegurar que a cabotagem se torne mais competitiva possível. Devemos colocar incentivos para que os operadores de cabotagem se sintam desafiados, digamos atraídos para colocar este serviço de forma sustentável”, referiu.
Defendeu que para complementar melhor os serviços ferro-portuários é preciso apostar numa logística eficiente, com um modelo sustentável para assegurar que a cabotagem seja mais competitiva.
“Complementar melhor os serviços ferro-portuários, através de uma logística mais eficiente, onde vamos explorar muito bem aquilo que é a estrada nacional numero zero, o mar, mas também vamos ter as linhas férreas a desempenharem o seu papel de forma sustentável e tendo em conta os pontos de produção”, acrescentou.
Aos CFM, Amilton Alissone lembrou que Moçambique está a consolidar a sua posição estratégica na logística da região, fornecendo serviços de logística cada vez mais competitivos, como resultado dos investimentos em curso no sistema ferro-portuário, inscritos no Programa Quinquenal do Governo (2020-2024).
“O país está a implementar um vasto programa de reabilitação, ampliação das infra-estruturas ferro-portuárias, aquisição de equipamento rolante para o reforço da capacidade da empresa no transporte de pessoas e bens em Moçambique e na região”, explicou.
O vice-ministro disse que “para além das intervenções em curso na melhoria das infra-estruturas ferro-portuárias, decorrem reformas de forma a tornar os corredores de desenvolvimento de Maputo, Beira e Nacala mais competitivos e eficientes”.
Exemplificou que o executivo implementou, ano passado, a iniciativa de remoção de fronteiras físicas no transporte ferroviário de mercadorias na fronteira de Ressano Garcia e com o Reino de Eswatini, devendo a iniciativa ser consolidada e expandida para mais fronteiras dos Corredores da Beira e Nacala.
O XXVI Conselho de Directores dos CFM termina sábado. (AIM)
Rosa Inguane (RI)/mz