Maputo, 01 Abr (AIM)- A empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) defende a construção de uma linha férrea dedicada ao transporte de passageiros, como forma de resolver o problema na região Metropolitana do Grande Maputo.
A região Metropolitana do Grande Maputo é a área ao sul de Moçambique, nas margens da Baía de Maputo. Esta inclui além do município de Maputo, as cidades de Boane, Matola e o distrito de Marracuene.
O Presidente do Conselho de Administração (PCA) dos CFM, Agostinho Langa, assegura existirem muitas versões na empresa que terão que ser analisadas para a sua materialização.
“Há muitas ideias que temos que analisar e escolher a mais viável. A melhor saída para o problema de transporte é a construção de linha férrea dedicada apenas a passageiros e não haver misturas com mercadorias”, disse Langa, citado este sábado pelo “Notícias”.
Segundo Agostinho Langa, as linhas actuais foram concebidas para o transporte de mercadorias e pela perícia dos técnicos da empresa nunca houve registo de acidentes, mas é sempre perigoso misturar comboios de mercadoria e de passageiros na mesma linha.
O novo PCA da empresa CFM entende que, se a melhor solução passar pela construção de uma linha ao longo da estrada circular de Maputo, na capital do país, que não é algo de descartar, a empresa vai analisar as vantagens e os inconvenientes.
“Primeiro, é preciso estudarmos onde é que estão os pontos de maior concentração de passageiros para retirar o maior tráfego rodoviário. Até pode ser que não seja ao longo da estrada”, frisou.
Langa explicou também que uma linha que atravessa alguns bairros residenciais poderá significar, por exemplo, a construção de uma via aérea que é muito mais cara ou implica a deslocação de famílias.
A procura do transporte ferroviário de passageiros tende a crescer nos últimos tempos, com a empresa a envidar esforços para dar Grande Maputo
resposta à demanda, contribuindo para minorar a angústia e o sofrimento de milhares de cidadãos que diariamente procuram este serviço.
A empresa comparticipa com 85 por cento do custo da passagem, cabendo ao passageiro os restantes 15 por cento.
Neste momento, ao nível do Sistema Ferroviário Sul, a empresa realiza comboios diários de passageiros nas Linhas de Goba (com destino a eSwatini), Ressano Garcia (África do Sul) e Limpopo (Zimbabwe).
Para além do serviço de longo curso, implementa um serviço inter-urbano de passageiros, ligando a cidade de Maputo a Matola-Gare e Marracuene, garantindo assim a mobilidade de milhares de pessoas e bens.
A empresa assegura que o seu compromisso e desafio é procurar formas de alocar mais meios para que possam realizar este serviço essencial para a população, com a necessária comodidade, segurança e eficiência.
A área metropolitana do Grande Maputo é servida por 300 autocarros e cerca de três mil minibus, que transportam, diariamente, 900 mil passageiros.
(AIM)
FF