Maputo, 01 Abr (AIM)- Mais de 900 famílias malawianas, vítimas do ciclone Freddy estão refugiadas na localidade de Chissaua, no distrito de Mecanhelas, no Niassa, norte de Moçambique, e estão a receber apoio do Governo moçambicano num centro de acolhimento.
Segundo o porta-voz da 23ª sessão do Conselho dos Serviços de Representação do Estado, no Niassa, José Manuel, a província acolheu cerca de 937 famílias com cerca de 2.459 pessoas provenientes do Malawi. Para o efeito, foram criadas todas condições de apoio humanitário necessário.
Citado pela DW, o Secretário Permanente do Distrito de Mecanhelas, Leonardo Cefo, disse que o governo distrital está a acompanhar estas famílias, dando-lhes a assistência necessária, apoiando-as com alimentação, como arroz, feijão, óleo, açúcar e sal.
‘Também distribuiu-se kits para o tratamento da água. Neste momento, espera-se mais apoios para estas famílias. A situação está um pouco normalizada com este apoio que o governo de Moçambique deu porque estes concidadãos, ainda não receberam apoio do seu país’, revelou o governante.
Os governos de Moçambique e do Malawi estão a trabalhar juntos para minimizar os efeitos da destruição causada pelo ciclone Freddy na África Austral, no início de Março. A tempestade abalou o centro de Moçambique, avançando depois para o Malawi, onde provocou deslizamentos de terra.
O número de mortos provocados pelo ciclone pode ultrapassar 1.200 no Malawi, à medida que as esperanças de encontrar sobreviventes diminuem.
O ciclone que se dissipou em meados de Março matou pelo menos 676 pessoas naquele país, o epicentro do desastre.
No entanto, o chefe do Departamento de Gerenciamento de Desastres do Malawi, Charles Kale, diz que as probabilidades de encontrar 538 pessoas desaparecidas há mais de duas semanas após o desastre são poucas.
Garantiu que as operações de busca com cães farejadores continuam em outros lugares com a excepção do Blantyre depois de se descartar a possibilidade de encontrar sobreviventes.
Por seu turno, o Conselho dos Serviços de Representação do Estado no Niassa disse que as intempéries afectaram cerca de 16 mil pessoas ao nível da província, com incidência para os distritos de Cuamba, Lago, Mandimba e Mecanhelas.
Neste momento, o governo está a mobilizar recursos com vista a assegurar que as vítimas das enxurradas não regressem aos locais considerados de risco.
‘Dos afectados na época chuvosa ouve registo de cerca de 47 óbitos, a destacar 15 óbitos por afogamento, 10 óbitos por desabamento de casas, dois óbitos por incêndio e 20 óbitos devido a cólera. Neste mesmo período houve registo de 4.266 casas destruídas e 3.135 casas inundadas’, revelou José Manuel.
No Niassa, o ciclone Freddy afectou 122 salas de aulas, seis unidades sanitárias, cerca de 1.300 quilómetros de estradas, 27 postes de transporte de energia eléctrica, 954.2 hectares de produção agrícola, entre outros estragos.
O ciclone Freddy formou-se no início de Fevereiro na Austrália com excepcional longevidade fez uma travessia sem precedentes de mais de 8.000 quilómetros de leste a oeste no Oceano Índico.
Fez um trajecto raramente registado por meteorologistas, atingindo Madagáscar e Moçambique pela primeira vez no final de Fevereiro, tendo novamente em Março atingido os dois países, incluindo Malawi.
(AIM)
FF