Maputo, 02 Abr (AIM) – A cidade de Tete, capital da província com o mesmo nome, no centro de Moçambique, vai acolher os escritórios do secretariado do Corredor de Nacala, no âmbito da implementação do projecto de comércio e conectividade da África Austral, que envolve Moçambique, Zâmbia e Malawi.
A decisão foi anunciada pelo vice-ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações, Amilton Alissone, que falava à jornalistas, minutos após o fim da reunião de ministros dos três países, que teve lugar sábado, na capital malawiana, Lilongwe.
Os ministro decidiram também endossar os acordos ferroviário, rodoviário e institucional do Corredor de Desenvolvimento de Nacala, proposta a ser submetida aos Chefes de Estado e de Governo dos três países, para nos próximos três meses, apreciar e efectuar a respectiva assinatura.
Um comunicado de imprensa do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) enviado hoje à AIM diz que nos próximos dias, a cidade de Tete vai acolher peritos dos três países, com a missão de coordenar a implementação de diversas iniciativas de promoção da eficiência no manuseamento de carga no Corredor de Nacala.
As iniciativas vão contemplar áreas como construção e reabilitação de infra-estruturas de transporte, migração, alfândegas, industrialização, agricultura, resiliência e outras de interesse dos três países.
Moçambique, segundo Alissone, sai do encontro “bastante satisfeito devido aos consensos alcançados, quer na indicação de Moçambique como país hospedeiro do secretariado, quer pela adopção dos instrumentos apreciados que vão permitir a efectiva implementação do projecto de Comércio e Conectividade da África Austral”.
Os consensos, acrescentou, introduzem um novo paradigma de gestão do Corredor de Nacala, numa abordagem tripartida das preocupações dos agentes económicos e soluções harmonizadas para os três países.
Considerando o papel logístico que Moçambique desempenha na região, o vice-ministro partilhou os investimentos em curso na reabilitação, ampliação e modernização das infra-estruturas de transporte, para servir a economia nacional e regional, com particular destaque para as soluções das necessidades logísticas do Malawi e Zâmbia.
A ampliação e modernização do Porto de Nacala, na província nortenha de Nampula, reconstrução do ramal ferroviário Mutarara-Vila Nova da Fronteira, em Tete, para a retoma do transporte ferroviário entre Moçambique e o Malawi, são alguns dos projectos em curso.
De acordo com Alissone, existe muita “expectativa de Moçambique de ver concluído, o mais breve possível, o troço malawiano para a viabilização deste estratégico projecto”.
Além de intervenções na componente de infra-estruturas, o vice-ministro referiu ao trabalho em curso que visa simplificar os procedimentos para a redução do tempo de trânsito nos corredores moçambicanos.
Como exemplo, cita a implementação das medidas de Aceleração Económica em Moçambique, que permitiram a eliminação da licença de importação temporário de veículos, remoção de fronteiras físicas no transporte ferroviário de carga com a África do Sul e Eswathini.
Com esta medida, Moçambique pode expandir a iniciativa para as fronteiras ferroviárias com o Malawi e Zimbabwe.
(AIM)
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