Maputo, 01 Abr (AIM)- A última base militar da Renamo será encerrada até finais de Abril corrente, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) das forças residuais deste maior partido da oposição em Moçambique.
A base, localizada na Gorongosa, província central de Sofala, deveria ter sido encerrada, a 19 de Dezembro do ano passado, mas os atrasos nas pensões, denunciados pelos guerrilheiros desmobilizados, atrasaram o processo.
Este último capítulo deveria ter abarcado 350 guerrilheiros, pondo fim ao processo de desarmamento, desmobilização e reintegração de 5.221 combatentes (257 mulheres e 4.964 homens) em curso desde Julho de 2019.
Até agora foram desactivadas 15 das 16 bases que o braço armado do principal partido da oposição tinha.
Falando a jornalistas, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, o Enviado Especial do Secretário-geral da ONU para Moçambique, Mirko Manzoni, disse que nos próximos dias, todos os entendimentos deverão ser alcançados.
“Vou voltar para Moçambique na próxima semana e vou falar com as partes. Acho que não vamos ter problemas, acho que podemos fechar a base para o fim do mês“, disse Manzoni, citado pela Rádio Moçambique.
Assegurou que todas as condições para a pacificação do país estão criadas, mesmo perante a contestação social marcada por manifestações, nos últimos dias, em alguns pontos de Moçambique.
Para o Enviado Especial do Secretário-geral da ONU a Moçambique, este ambiente não deve ser associado ao processo de Paz e Reconciliação Nacional.
Esta semana, Manzoni tomou parte em duas sessões do Conselho de Segurança, no âmbito da presidência mensal de Moçambique, no órgão.
Ele interveio nas sessões sobre a experiência de Moçambique na construção da paz e Iniciativa Africana de Silenciar das Armas, no continente.
Entretanto, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, reiterou que o modelo de atribuição de pensões aos ex-guerrilheiros da Renamo é sustentável.
Falando, em conferência de imprensa de balanço da semana de trabalhos, na sede das Nações Unidas, o Chefe do Estado reconheceu que se trata de um modelo excepcional, mas entende ser necessário para a salvaguarda da paz, reconciliação nacional e fortalecimento da democracia.
No entanto, Nyusi disse haver abertura para se implementar outras iniciativas com vista a reintegrar socialmente os antigos guerrilheiros da Renamo e seus dependentes.
(AIM)
FF