Maputo, 05 Abr (AIM) – O terrorismo e desastres naturais estimulam o crescimento de números dos casos de uniões prematuras nos últimos anos na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Dados disponíveis desta situação de emergência indicam que nos primeiros três meses do ano passado foram registados 108 casos de uniões prematuras em Cabo Delgado, contra 68 do igual período de 2021, que corresponde a uma subida de 59 por cento.
A informação foi avançada pela directora provincial do Género, Criança e Acção Social em Cabo Delgado, Regina Macongue durante um seminário sobre prevenção e combate das uniões prematuras naquela região.
Regina Macongue disse que as uniões prematuras se registam em larga medida nos distritos outrora assolados pelas acções terroristas no norte e centro da província.
Referiu ainda que é preocupação e interesse do governo de estancar este fenómeno que se regista com maior incidência nas zonas rurais.
“Também pretendemos melhorar a capacidade de resposta e de articulação multissectorial sobre os casos de uniões prematuras e exploração sexual das raparigas, outrossim este seminário nos coloca a vários desafios”, disse Macongue a Rádio Moçambique, emissora nacional.
Acrescentou que “pretendemos estudar como reduzir a prática de uniões prematuras, e como responder de forma eficaz e eficiente aos casos reportados”.
Refira-se que estatísticas recentes do Ministério da Saúde (MISAU) indicam que uma em cada duas raparigas dos 15 aos 19 anos de idade é mãe ou se encontra grávida pela primeira vez em todo o território moçambicano.
O universo de adolescentes e jovens em idade reprodutiva que usam algum método moderno de contracepção é baixo e permaneceu estável nos anos de 2011 a 2015 passados, cerca de 14 por cento, facto que continua a propiciar o registo de muitas gravidezes precoces.
O evento juntou representantes do Governo, do parlamento infantil, da sociedade civil, procuradores distritais, entre outros convidados.
(AIM) Fernanda da Gama (FG)/sg