
Maputo, 06 Abr (AIM) – Moçambique e Zâmbia estão determinados a reforçar e aprofundar a diplomacia económica, tendo em vista a abertura de uma nova era nas relações comercias entre ambos.
Como parte dessa mesma determinação, os dois países realizaram esta quinta-feira (06), na província de Sofala, centro de Moçambique, um fórum de negócios que serviu de montra das potencialidades económicas existentes, evento que contou com a participação especial dos respectivos Chefes de Estado, nomeadamente, Filipe Nyusi, de Moçambique, e Hakainde Hichilema, da Zâmbia.
As duas nações, através dos respectivos sectores empresárias públicos e privados, partilharam, na ocasião, oportunidades nas áreas de actividades cruciais como o agro – processamento no Vale do Rio Zambeze, o turismo ao longo do Corredor da Beira, pescas, petróleo e gás, mineração e energia, tendo como base o incremento das trocas comerciais para acelerar o desenvolvimento das duas economias.
No seu discurso de ocasião, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que nas relações comerciais com a Zâmbia deve [Moçambique] jogar um papel preponderante para alavancar as trocas comerciais, tirando proveito dos corredores logísticos através dos complexos ferro-portuários, estradas e portos da Beira e Nacala, nas províncias de Sofala e Nampula, centro e norte de Moçambique.
Alertou que a distância física entre os dois países não deve ser um empecilho e que o fórum de negócios marcava um momento de viragem nas relações comercias, com os dois países a servirem de destinos de investimentos privados.
“Este fórum cria novas avenidas para transacções comerciais e parcerias entre empresários. Moçambique ocupa uma posição geográfica com infra-estruturas portuárias capazes de acelerar o desenvolvimento económico dos dois países”, disse.
Apontou Moçambique como uma rampa de lançamento preferencial para o mercado regional e global com inúmeras oportunidades por explorar.
Nyusi assegurou que o Governo continuará a trabalhar com outros países na melhoria de ambiente de negócios como única saída para a aceleração das economias da região.
Quanto ao investimento privado, o estadista moçambicano disse que o mesmo passa pela disponibilização de infra-estruturas que facilitem a mobilidade de pessoas e bens a nível da região, o acesso a energia, e fortalecimento de cadeias agrícolas.
“Como Moçambique empreendemos programas para o aumento da capacidade de geração de energia em mais de 600 MW, incluindo linhas de transporte de energia ao longo do país e para países vizinhos. Estamos a pensar no futuro de Moçambique e da região”, assegurou.
Por sua vez, o Presidente zambiano, Hakainde Hichilema, disse que o grande interesse da Zâmbia é maximizar os ganhos que o porto da Beira oferece no transporte de carga, selado através da assinatura de um protocolo que vai regular algumas matérias no domínio de cooperação entre os dois estados.
Hichilema entende que o caminho é acelerar o comércio e investimento através de fortalecimento de parcerias entre os dois estados, tendo em conta as facilidades que estão a ser criadas para o sector empresarial tanto de Moçambique, como da Zâmbia.
O estadista zambiano convidou os empresários dos dois países a olharem para a cadeia de valor dos recursos existentes nos dois países, salientando que é preciso se investir no processamento local, em detrimento da importação da matéria-prima.
“Com o processamento a ser feito cá em África, os nossos países sairiam a ganhar em todas as cadeias de valor para além de que cria condições para que haja mais emprego para a nossa população que é maioritariamente jovem”, disse.
O Fórum de Negócios Moçambique – Zâmbia marcou o fim da visita oficial de três dias de Hakainde Hichilema a Moçambique, iniciada terça-feira.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/mz