Maputo, 07 Abr (AIM) – O antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano, defende que a inclusão digital constitui um factor essencial para o empoderamento da mulher moçambicana, numa altura em que o mundo, em diversas áreas de actuação profissional, recorre a tecnologias de comunicação e informação para o seu funcionamento.
Chissano falava na manhã desta Sexta-feira (07), na Praça dos Heróis, em Maputo, à margem das cerimónias centrais alusivas ao Dia da Mulher Moçambicana, que decorem sob lema: “Inclusão Digital, Inovação e Tecnologia para a Promoção da Igualdade de Género”.
“Ninguém deve ser excluído da realidade digital. Devemos envidar esforços para que todos desenvolvamos e para que todas as mulheres tenham acesso à tecnologia. Ainda estamos em processo de migração, todos chegaremos lá”, disse o antigo Estadista, para quem, paulatinamente, a realidade digital vai chegando a mais mulheres.
Quando questionado sobre o facto de apenas 10 por cento da população ter acesso à internet, o antigo Presidente reagiu nos seguintes termos: “nem Roma se construiu num único dia. Numa sociedade, leva-se o tempo necessário para que as coisas aconteçam.”
“Há necessidade de levarmos a cabo um balanço sobre o nosso estágio, ano após ano, de modo que vejamos os progressos. Entretanto, há uma tendência de nos compararmos aos outros. Comparemo-nos a nós próprios e façamos de tudo para que nos superemos.”
Na cidade, defende Chissano, há mulheres que podiam estar no campo “a puxar pelas outras. As capacidades que desenvolvemos devem chegar a todas partes. É responsabilidade de todos, mas principalmente das mulheres.”
Por sua vez, a Ministra do Género, Criança e Acção Social, Nyelete Mondlane, defendeu que o ingrediente principal para o empoderamento da mulher reside na retenção da rapariga na escola, num ambiente de convivência condigna com a família e a comunidade.
“A família e a comunidade devem ajudar a rapariga a permanecer na escola até à fase final dos estudos, até que ela escolha o seu destino profissional”, disse.
Para a Ministra Justiça e Assuntos Religiosos, Helena Kida, a mulher deve continuar a educar os seus filhos para que estes não estejam envolvidos em actos ilícitos.
“As mulheres, como mães, têm a responsabilidade de educar os seus filhos para garantir o futuro desta nação. Elas devem ser um exemplo”, disse a governante, adiantando que a mulher não foi feita para ocupar estabelecimentos penitenciários.
A ministra apelou, igualmente, para que as mulheres “se distanciem de actos criminosos porque a responsabilização penosa existe, principalmente quando se está em conflito com a lei.”
(AIM)
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