
Cidade de Lisboa
Lisboa, 07 Abr (AIM)- A capital portuguesa, Lisboa, vai acolher em maio próximo a chamada cimeira mundial da extrema-direita, organizada pelo partido Chega, actualmente a terceira força política na Assembleia da República (AR), o Parlamento português, e liderado por André Ventura.
Nas legislativas de 2022, o Partido Socialista (PS) ganhou maioria absoluta elegendo 220 deputados, o Partido Social-Democrata (PSD) ficou em segundo lugar, com 77 deputados, e em terceiro lugar ficou o Chega, com 12 deputados. O Parlamento português tem 230 assentos.
Depois do Chega, segue-se a Iniciativa Liberal (IL) com oito deputados, CDU – Coligação Democrática Unitária – PCP-PEV, Bloco de Esquerda com cinco deputados, PAN ( Pessoas–Animais–Natureza) com um deputado e o LIVRE também com um deputado.
Vários analistas, principalmente os baseados em Lisboa e noutras capitais europeias, acreditam que, com a realização do encontro, a capital portuguesa poderá certamente vir a ser o novo centro da extrema-direita. O Chega é um partido xenófobo e racista.
Na semana passada, André Ventura disse de viva voz e sem pestanejar que, em Portugal, ‘Não somos o aterro da Europa, estamos fartos da escumalha africana e árabe. Regressem à selva que é o vosso lugar’.
André Ventura falava após o ataque com arma branca, no Centro Ismaelita de Lisboa, ocorrido no dia 28 de março e que provocou um ferido grave e duas mortes. As vítimas foram atacadas por um homem de nacionalidade afegã ‘armado com uma faca de grandes dimensões’, segundo a Polícia de Segurança Pública (PSP).
Sobre o encontro da capital portuguesa, segundo André Ventura, através de uma mensagem em vídeo, Jair Bolsonaro, o ex-Presidente do Brasil, e Matteo Salvini, o vice-primeiro-ministro de Itália, aceitaram o convite do Chega para participarem na cimeira de Lisboa
“Queria dar-vos em primeiro mão esta novidade de que o ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o actual vice-primeiro-ministro de Itália confirmaram a presença em Lisboa para o grande evento da direita mundial, que vamos ter de 13 a 14 de maio. É uma excelente notícia”, diz Ventura na mensagem.
Em março, foi noticiado que o Chega estava a organizar um evento para reunir representantes de vários partidos da extrema-direita em Lisboa. Na altura, o ‘Correio da Manhã’ avançou que um dos convites tinha sido dirigido a Jair Bolsonaro.
O Chega indica que Bolsonaro chegará a Lisboa a 12 e partirá a 15 de maio, indicando que foi esta a comunicação que recebeu esta quinta-feira.
Ventura considera que o evento “vai colocar Lisboa no centro da direita mundial”, indicando que a presença de Bolsonaro, Salvini e de “muitos outros dirigentes da direita europeia” vai marcar a cidade “como um dos novos centros da direita” europeia. “Só podemos por isso estar orgulhosos. Humildemente orgulhosos de aquilo que conseguimos até agora e do reconhecimento daquilo que os nossos pares internacionais nos atribuem e nos dão.”
Esta quarta-feira, Jair Bolsonaro foi ouvido pela Polícia Federal sobre o caso das joias oferecidas pelo Governo da Arábia Saudita desde 2019. Em causa podem estar os crimes de corrupção passiva, peculato ou lavagem de dinheiro, entre outros.
Bolsonaro entregou na terça-feira às autoridades outro conjunto de joias que lhe foram dadas pelo Governo da Arábia Saudita em 2019, das quais se apropriou sem informar as autoridades fiscais.
O ex-presidente brasileiro recebeu três pacotes de joias da Arábia Saudita ao longo do seu mandato. Manteve dois desses conjuntos e um terceiro foi interceptado na alfândega brasileira, o que motivou a abertura de uma investigação.
O kit agora entregue, avaliado em 100 mil euros, consiste num relógio em ouro branco e diamante, uma caneta, botões de punho, um anel e um terço islâmico, de acordo com a imprensa brasileira.
Bolsonaro regressou na semana passada ao Brasil, depois de três meses passados nos Estados Unidos da América, concretamente na Flórida. O ex-Presidente brasileiro saiu do país ainda antes da tomada de posse de Lula da Silva.
Durante o tempo que esteve nos Estados Unidos, Bolsonaro ainda participou numa conferência do movimento ultra-conservador norte-americano.
Jair Bolsonaro vai ser ouvido pela Polícia Federal, esta quarta-feira, sobre o caso das joias oferecidas pelo Governo da Arábia Saudita desde 2019. Em causa podem estar os crimes de corrupção passiva, peculato ou lavagem de dinheiro.
(AIM)