Quelimane (Moçambique) 12 Abr AIM- Jornalistas de diversos órgãos de comunicação social baseados na província central moçambicana da Zambézia defendem ser urgente regulamentar o exercício da democracia digital, com vista a conter a propagação de onda de desinformação no país
Os jornalistas defenderam o facto numa mesa redonda havida, terça-feira, em Quelimane, a capital provincial, para reflexão sobre “Desafios do Jornalismo no Mundo Digital”, por ocasião do Dia do Jornalista Moçambicano.
O delegado provincial da Rádio Moçambique (RM), a emissora pública de radiodifusão, na Zambezia, Arlindo Mustafa, advertiu aos participantes ser necessária a promoção de auto formação, para aprimorar a produção de artigos credíveis e actualizados sobre diversas temáticas.
“Não basta aposta na corrida para ser o primeiro a publicar uma matéria, ainda que actual, mas é preciso que contenha factos jornalísticos credíveis”, disse Mustafa, vincando ainda a obrigação de recorrer ao princípio contraditório jornalístico dos acontecimentos.
Segundo Mustafa, dados filtrados propiciam o resgate da confiança do público e da sociedade.
Para Hamilton António, também da RM, algumas redes sociais tornaram-se meios para os frustrados caluniarem cidadãos indefesos com “fake news”.
Neste contexto, o jornalista locutor advoga que é preciso que a media, nas suas diversas modalidades, resgatar a confiança do seu público com rigor e profissionalismo.
“Não basta procurar a verdade, mas sem exercício intelectual na produção de peças noticiosas”, disse.
Por sua vez, o secretário provincial do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), Teófilo Noronha, disse que os desafios para os profissionais da comunicação continuam os mesmos, mas com outros denominadores.
Segundo Noronha, ser jornalista nos tempos que correm é deveras complicado, especialmente, pelo facto do jornalismo, do conhecimento, da ciência e dos intelectuais públicos estarem sob ataque.
“A própria democracia e os seus valores encontram-se combatidos pela intensidade de falsas notícias, teorias da conspiração e pós-verdade”, afirmou.
O SNJ disse estar preocupado com o exercício da profissão sem vínculo contratual com as entidades empregadoras e da inobservância do código de ética e deontologia profissional.
A Secretária de Estado na Zambézia, Cristina Mapfumo, falando em audiência concedida à classe, saudou a entrega abnegada destes nas diferentes frentes.
Reagindo à alegada existência de barreiras para aceder às fontes oficiais, a governante reiterou a necessidade de concepção de uma estratégia tripartida entre Jornalistas, órgão de governação descentralizada e administradores distritais.
(AIM)
Lopes Obadias (Colaboração)/dt