Maputo, 13 Abr (AIM) – Moçambique possui apenas 116 empresas certificadas pelo Sistema de Gestão de Qualidade, norma ISO 9001, do Instituto Nacional de Normalização de Qualidade (INNOQ, IP).
O numero é considerado muito baixo se comparado com as mais de 51 mil empresas existentes em todo o território nacional, segundo o último censo de empresas realizado pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) (2014-2015).
A informação foi avançada na manhã desta quinta-feira (13), na cidade de Maputo, a capital moçambicana, durante um workshop promovido pela Associação de Comércio, Indústria e Serviços (ACIS) em parceria com o INNOQ, IP.
Para o director-adjunto do INNOQ, Arlindo Mucone, o número reduzido de empresas certificadas pode ser reflexo da dificuldade de implementação das normas e da “tradicionalidade” das empresas nacionais.
“A implementação da norma [ainda é uma barreira] porque quando a empresa tem acesso ao documento faz o seu estudo, mas começa a ter dificuldades na implementação de alguns aspectos. Então, a partir destes aspectos procura alguma consultoria, e é aí onde começam as dificuldades com as PME’s (Pequenas e Medias Empresas),” afirmou.
Infelizmente, segundo a fonte, Moçambique é novo em termos de certificação de qualidade. “As empresas ainda continuam no mundo tradicional e, hoje, este mundo tradicional está a ser substituído pelo mundo global [digital/moderno], então começa a ter esse desafio em termos de investimento”, explicou.
Mucone disse que o organismo que representa pretende certificar no corrente ano cerca de 20 empresas.
“Este ano temos um leque de mais de 16 empresas, mas o sistema mostra que iremos acima disso”, assegurou.
O director-adjunto revelou que o processo de certificação está na responsabilidade das empresas, uma vez que o INNOQ só aprova a certificação quando estas seguem um leque de aspectos da norma ISO 9001 ou seja Sistema de Gestão da Qualidade.
“As empresas é que implementam e submetem as normas ao INNOQ, normas para valorizar o cliente”, anotou.
Por sua vez, o representante da ACIS, Jorge Brites, disse que a certificação é um instrumento que concede credibilidade e reconhecimento às empresas a nível nacional e internacional, reconhecendo, porém, as imensas dificuldades pela qual as empresas nacionais passam.
“A certificação das empresas por padrões internacionais relevantes tem sido considerada como estratégia e requisito de enorme significância para o desenvolvimento da competitividade e melhoria da sustentabilidade das PME’s,” afirmou Brites.
Acrescentou que a certificação é considerada uma ferramenta adequada para demonstrar a conformidade e capacidade de fornecimento de serviços por parte das empresas locais mediante padrões internacionais.
Contudo, uma parte significativa do empresariado local, incluindo membros da ACIS, têm vindo a apresentar dificuldades significativas para efectivar o investimento nestas áreas e obter de forma autónoma as certificações.
Acrescentando que a ACIS junto de parceiros diversos tem feito programas para ajudar as empresas nacionais a aderirem a certificação para a melhoria do seu ambiente de negócios.
“Reconhecendo os constrangimentos que as empresas nacionais enfrentam para aceder à certificação e terem maior competitividade no mercado, a ACIS, em parceria com a “Insite”, instituiu, em Outubro de 2020, o Programa Nacional de Capacitação e Preparação das Empresas para a Certificação, designado por “Qualificar”.
O workshop, de um dia, discutiu formas de as empresas melhorarem o seu desempenho por meio da certificação pela norma ISO 9001.
(AIM)
Custódio Cossa (CC)/mz