Maputo, 13 Abr (AIM) – O governo moçambicano, através do Ministério dos Transportes e Comunicações, apresentou hoje (13) o projecto de mobilidade urbana na área metropolitana de Maputo denominado “MOVE Maputo”, assente no modelo Bus Rapid Transit (BRT) que interliga os municípios de Maputo, Matola, Boane, e distrito de Marracuene, sul do país.
Orçado em 250 milhões de dólares norte-americanos, financiados a título de donativo pelo Banco Mundial, permitirá a construção do corredor BRT num troço segregado de 22 quilómetros que se estende desde a baixa da Cidade de Maputo até a Praça dos Combatentes, Praça da Juventude até a rotunda Missão Roque e, posteriormente, em via não segregada ligará Missão Roque até Zimpeto e Matola Gare, com seis rotas para circulação de autocarros.
A iniciativa compreende a pavimentação de estradas Khongolote, Mulumbela–Matlemele, Matibjana, Boquisso-Intaka, bem como a reabilitação das avenidas da ONU e melhoria da sua interface com as avenidas Fernão de Magalhães e Av. 25 de Setembro, reabilitação da Av. 24 de Julho, entre a Praça 16 de Junho e a Avenida da Zâmbia, incluindo a Avenida da Tanzânia.
A implementação do projecto, que devera começar a funcionar em pleno entre os anos 2026/27, exigirá que o BRT se integre com as principais rotas alimentadoras, nomeadamente as rotas de passageiros da Praça dos Combatentes-Xipamanine, Praça dos Combatentes–Anjo Voador, Praça dos Combatentes-Museu, Muhalaze-Zimpeto, Intaka – Zimpeto e Marracuene.
Espera-se que o projecto melhore a mobilidade urbana beneficiando directamente a 124 mil passageiros por dia e 150 milhões de pessoas por ano, reduzindo significativamente o tempo de viagem.
Falando no acto de lançamento do projecto, o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, referiu que a iniciativa surge como orientação do executivo para tornar a mobilidade urbana como prioridade na área metropolitana de Maputo, com cerca de três milhões de habitantes, detendo, a nível do país, os municípios com maior densidade populacional, e maior número de habitantes, nomeadamente Maputo e Matola.
De acordo com o ministro, actualmente, o sector de transporte urbano de passageiros apresenta muitos desafios, desde a fraca malha viária, baixa conectividade, financiamento insustentável, factores que resultam na baixa oferta e qualidade dos serviços fornecidos.
Garantiu que o “MOVE Maputo” visa responder não só a desafios elencados, mas também a melhoria das infra-estruturas.
“Trata-se de um novo paradigma na gestão de mobilidade na área metropolitana de Maputo. É o começo de uma nova página na história dos transportes públicos de passageiros”, disse o ministro Magala.
Para o Edil de Maputo, Eneas Comiche, o projecto chega numa altura em que a capital do país sofre pressão de factores de vária ordem, com destaque para um crescimento populacional cada vez mais rápido, estendendo-se para Matola, Marracuene e Boane, com implicações na qualidade de vida dos munícipes.
“Os munícipes de Maputo contabilizam enormes gastos diários em tempo de espera pelo transporte público, distância do percurso de casa para os vários destinos. Sem dúvida, trata-se de uma resposta integrada e valiosa para as preocupações que temos, enquanto entidade responsável por assegurar um sistema de transporte público urbano de passageiros eficiente e de qualidade”, disse.
Por sua vez, o presidente do Município da Matola, Calisto Cossa, salientou que o seu município tem maior número de habitantes e bairros de expansão, factor que aumenta o nível de necessidades tanto da rede viária, como de transporte público para responder a demanda.
Mostrou-se seguro de que o sistema BRT, com a sua componente que prevê faixas exclusivas para autocarros de transporte público, é uma alternativa acessível e de rápida implementação, para resolver muitos dos problemas de transporte naquela urbe.
“A Matola, para além de ser a capital industrial do país, é o município com o maior número de habitantes. Espero que esse projecto seja uma mais-valia para o sector dos transportes”, disse Cossa.
“MOVE Maputo” será implementado pela Agência Metropolitana dos Transportes com objectivo de melhorar a acessibilidade e conectividade.
Para além da componente de infra-estruturas, o projecto prevê a aquisição de 120 autocarros que representam uma oferta diária de cerca de 1150 passageiros, por cada autocarro, apresentando inúmeras vantagens como redução do tempo de viagem, descongestionamento do tráfego rodoviário, segurança rodoviária e redução de poluição ambiental.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/mz