Maputo, 13 Abr (AIM) – O Ministério Público na província de Maputo, sul de Moçambique, acaba de remeter ao Tribunal Judicial da mesma província (TJPM) um processo-crime contra dois cidadãos, um de nacionalidade moçambicana e outro estrangeiro, ora em prisão preventiva, acusados pela prática de crimes de tráfico e outras actividades ilícitas, associação criminosa e branqueamento de capital.
Trata-se do Processo-Crime registado sob número 30/10/P/21 que correu termos na Procuradoria Provincial da República (PGR) – Maputo.
O facto foi anunciado pela Procuradoria Provincial num comunicado de imprensa enviado hoje à AIM.
“Das investigações desencadeadas durante a instrução constatou-se que os arguidos fazem parte de uma organização criminosa, com ramificações internacionais, que se dedica ao transporte, armazenamento e venda de droga, dentro e fora do país, com destaque para a República da África do Sul”, refere o comunicado.
A nota explica que os factos ocorreram na sequência de uma denúncia, dando conta da existência de droga numa residência sita no Bairro Campoane, Município de Boane, Província de Maputo, na altura arrendada por um cidadão estrangeiro líder do grupo ora a monte, onde armazenavam a referida droga e parqueavam as viaturas que serviam de transporte da mercadoria.
Ainda no âmbito das referidas investigações, segundo o comunicado, foram detidos dois cidadãos estrangeiros, um dos quais a monte depois de se ter evadido do Estabelecimento Penitenciário da província da Zambézia, numa residência também arrendada pelo grupo criminoso, na cidade de Quelimane, a capital daquela província do centro de Moçambique, que servia para depositar transitoriamente a droga que era baldeada do alto mar.
O documento detalha, ainda, que o arguido de nacionalidade moçambicana, indivíduo responsável pelo controlo da frota das viaturas que transportavam a droga, foi capturado na sua residência sita no Bairro de Tchumene, cidade da Matola, também na província de Maputo, pelas autoridades policiais em cumprimento de um mandado de detenção exarado por entidade judiciária competente.
“Em conexão com os factos acima descritos foram devidamente apreendidas, entre outros bens, vinte e duas (22) viaturas dentre ligeiras e pesadas, duas (2) pequenas embarcações e um montante de 9.650.000,00Mt (pouco mais de 151 mil dólares) ”, refere.
Daquele número de viaturas, 16 foram apreendidas na província de Maputo e seis na Zambézia.
A fonte sublinha que “decorre, ainda, junto do Gabinete Central de Recuperação de Activos (GCRA), a devida investigação financeira e patrimonial de forma a identificar demais acervo patrimonial e financeiro pertencente à organização criminosa”
O comunicado indica que foi, igualmente, instaurado um processo autónomo registado sob número 78/10/P/23, em instrução contra outros elementos integrantes do grupo.
(AIM)
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