Quelimane (Moçambique), 16 Abr AIM- A Médicos Sem Fronteiras (MSF), uma organização não-governamental parceira do sector de saúde em Moçambique, desactivou, parcialmente, as suas actividades no centro de tratamento de cólera da cidade de Quelimane, a capital provincial da Zambézia, centro do país, devido a redução do fluxo de pacientes nas últimas semanas.
Este fim-de-semana, a AIM acompanhou, naquele centro, equipas multissectoriais envolvidas na desmontagem de equipamento diverso, incluindo tendas gigantes onde funcionavam algumas enfermarias.
Todo o equipamento, depois de devidamente higienizado, foi armazenado no depósito provincial de medicamentos para eventual necessidade.
A MSF presta cuidados de saúde e assistência medico-humanitária em diversos contextos.
O chefe do Departamento de Saúde Pública na Direcção Provincial da Saúde na Zambézia, Almiro Raimundo, disse que não obstante o abrandamento de internamentos por cólera, particularmente em Quelimane, onde a situação era crítica, ainda é prematuro desactivar por completo todas as enfermarias, fora a remoção parcial de tendas gigantes, camas, entre outros utensílios.
“Não vamos desactivar por completo. O centro de tratamento da cólera continuará activo até que as condições justifiquem a sua total desactivação”, garantiu a fonte, durante a sua rotina de vigilância pelas enfermarias.
Presentemente, a província tem um cumulativo de 33 óbitos por cólera.
Segundo o director, a adesão da população à campanha de vacinação contra cólera impactou positivamente no abrandamento dos internamentos.
A estatística sanitária de sexta -feira passada indica que o centro de tratamento de cólera de Quelimane recebe em média 30 (trinta) pacientes para o internamento num contexto em que recebia mais de 200 por dia.
Actualmente, a província apresenta uma redução significativa de casos de cólera, mas tem um cumulativo de 12.035 casos.
O médico generalista disse ainda que nos bairros críticos, por serem propensos a doenças de origem hídrica, como Icidua, Sangraveira, Brandão, Manhaua, e Floresta, estão a merecer atenção na conjugação de actividades preventivas relacionadas com o maneio de casos, sensibilização e educação para saúde, e distribuição massiva de alguns detergentes para conter possíveis focos identificados desde a eclosão do surto.
O restabelecimento do fornecimento de água, na urbe, também propiciou a redução da propagação da cólera.
Em Quelimane foram administradas 410.624 doses de vacinas.
O sector da saúde considera que adesão à vacinação influenciou o abrandamento de internamentos.
Para viabilizar as actividades de combate a cólera estiveram envolvidos 1200 técnicos de saúde e 470 mobilizadores distribuídos em 236 equipas.
(AIM)
Lopes Obadias (Colaboração) /mz