Maputo, 17 Abr (AIM) – A Secretaria de Estado da Juventude e Emprego (SEJE) promoveu, nos últimos meses, a formação de cerca de 750 jovens oriundos dos distritos mais afectados pelos ataques terroristas na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Trata-se dos distritos de Mocímboa da Praia, Palma, Nangade, Ibo, Macomia, Montepuez, Chiúre, Ancuabe, Balama, Mueda, entre outros.
O facto foi avançado pelo secretário de Estado da Juventude e Emprego, Oswaldo Petersburgo, explicando que a formação surge no âmbito da implementação do Plano de Reconstrução de Cabo Delgado, lançado em Setembro de 2021, orçado em cerca de 300 milhões de dólares, e com duração de três anos.
“São jovens formados por nós e estão neste momento em Palma”, disse, acrescentando que as infra-estruturas destruídas pelos terroristas em alguns distritos de Cabo Delgado, estão sendo reerguidas pela força da juventude moçambicana, num modelo de formação-produção, disse Petersburgo minutos após uma audiência que concedeu ao seu homólogo do Trabalho de Portugal, Miguel Fontes, que hoje (17) iniciou uma visita de trabalho a Moçambique.
Como exemplo Petersburgo apontou a contratação de cerca de 200 jovens para participarem na construção das casas de reassentamento que estão a ser erguidas em Palma.
Explicou que formação-produção, um modelo adoptado pelos Institutos de Formação Profissional está a responder a procura das instituições públicas e privadas.
No âmbito das formações ministradas pelos institutos de Formação Profissional para reconstruir Cabo Delgado, Portugal, segundo Petersburgo, apoia sobretudo na componente de formar formadores moçambicanos.
“Se forem hoje a Palma, o edifício onde funciona a administração do distrito são esses jovens que reconstruiram; se forem hoje a Palma, onde está a dormir o administrador distrital de Palma, ou seja, a residência do administrador, foram estes jovens que reconstruíram”, disse.
Sobre a Secretaria de Estado de Trabalho de Portugal, Petersburgo manifestou desejo de cimentar a parceria para o início da construção do Centro de Formação Profissional da Ilha de Moçambique, na vizinha província de Nampula, bem como na formação de formadores moçambicanos em Portugal, bem como a vinda de formadores portugueses ao país.
Por seu turno, Fontes sublinhou que a capacitação de formadores, tanto moçambicanos como portugueses, é uma responsabilidade acrescida porque terão a responsabilidade de formar moçambicanos.
O sector de educação constitui um dos pilares estabelecidos na política de cooperação entre Moçambique e Portugal.
Apontou os sectores do turismo, construção, metalomecânica e novas tecnologias como sendo as áreas prioritárias da cooperação na formação.
O encontro entre ambos dirigentes surge na sequência de uma visita de trabalho efectuada por Petersburgo, à Portugal, em Dezembro de 2022.
A visita de Fontes visa aprofundar e consolidar a cooperação entre os dois países no domínio do emprego e formação profissional.
(AIM)
Ac/sg